Conquistaram a Torre de Chochis - Santa Cruz - Bolívia


Saimos de Santa Cruz de la Sierra eu (Leonardo Juliano Mangano) Brasileiro de Sao Paulo, Federico Bueno Aloisio de Mendoza Argentina, Eduardo Diaz de Tarija Bolivia e Jose Luiz Belmont ¨Lucho¨ Boliviano de La Paz, em onibus ¨pessimo como sempre¨ direto a Chochis – Roboré.
Chegamos de madrugada nao havia uma alma no ¨pueblito¨, montei minha barraca na praça principal onde dorminos das 5 am as 7 am, entre os jumenos que pastavam.
Subimos de carona para o Santuario Mariano, com um grupo de funcionarios da Entel Bolivia, que estavam ligando a antena para haver comunicaçao por celular por primeira vez em Chochis. (no mesmo dia já havia sinal, mas nao tinhamos chip entel).
Portemos equipamento e agua para base da via na face Oeste, subi entre blocos soltos de uma rocha instavel e quebradiça, bati a primeira parada a uns 15 metros. Esperamos secar e mandamos para cima, batemos mais uma achapa bem a base da fenda que neste ponto é negativa e maos na fenda que a principio se pode travar as maos, mas uns 2 metros e meio acima, ja nao entalava nada, a fenda se alargou e ficou 90º e nao cabia nenhuma peça. Podia se meter o braço todo e fazer pressao contra o cotovelo e ir mandando pra cima, nao conseguia pensar em nada na na escalada e na palavra nao caia, nao caia, nao caia... a progreçao era lenta e totalmente desprotegida a mais ou menos uns 12 metros da ultima chapa na base da fenda, tem uma pedra entalada na fenda como um grande nut, nete ponto já estava psico, quando via a rocha tive que me asegurar direito na rocha tirar uma mao da parede para tirar um cordin  da cadeirinha laçar a pedra e costurar no cordin,  e costurei pudere respirar aliviado e me dar conta da altura da queda e da exposiçao, que me fez pensar como havia chegado ali sem proteger nada, caso de uma queda seria uns 25 metros chocando se com pequemos platos e pontas de rocha, deste ponto para cima a fenda começa a se alargar e ja se pode coloca o ombro, dentro depois uma perna até que se trasforma numa chamine bem apertada e nada de proteçao, no final desta parte da fenda tem uma passagem por um pequeno tetinho e por fim um plato otimos para umas 4 pessoas.
Deste ponto podemos portear equipo e fazer uma parada otima, mas a fenda contianua para cima.
Colocamos corda fixa ancoradas em tres pedras boas e descemos enquando a ancoragem quimica da parada  secava porteamos equipo para esta parada e retomamos a escalada, a ancorajem já secas e vamos dar bom uso para elas, a fenda continua e outra vez negativa e sem agarras e de um tamanhamo grande para entrar peças etc... Consigo proteger fora da fenda no negatico com 2 nuts pequenos e um camalot 2 e sigo progredindo lento e escorregando no pó da pedra instavel.  A uns 3 metros e meio a inevitavel queda que sacou as 3 peças antes que eu aterrisasse de costas metade no plato e medade no vazio. Batia a cabeça com força  na pedar e o capaçete compriu sua funçao, os olhos quase saltam da cara, a parada funcionou bem, com a respiraçao ofegante me concentro respiro fundo e volto a parede.
Para evitar queda no mesmo lugar faço uso de um piton e estribo para superar o lançe, saio do negativo passo pela barriga da fenda e entro na parte positiva e é puro musgo amarelo, o pe nao para de geito nenhum, e ai fico um bom tempo tentando e pensendo até que os braços começam a tijolar e saco outro piton e o meto numa rachadura na horizontal as preças antes que tome outro voo.
Cheguei numa parte bem tranquila mais cheia de vegetaçao e rochas soltas que nos levou ate um bom plato onde foi feito uma parada isso ja no 3 dia. Porteamos tudo bara cima e nosso amigo Lucho teve que voltar a Santa Cruz, seu filhote ia nascer.
No 4º dia siguimos Eu, Federico e Eduardo, avançamos por uma fenda bem estreita onde usei os Pitons que meu amigo Luiz Fernando Machado de SP fez e me deu, foram 3 pitos para superar este lançe com estribo, cheguei num lugar bem bonito esculpido pelo vento por milhares de anos denominado  Nido de Sucha ¨ninho do urubu¨ onde foi feita uma parada, uma quimica e outra num buraco na rocha laçando com uma cinta.
No 5º dia trabalhamos duro, ja com pouquissima agua e um calor medonho,  nao queriamos comer para nao sentir mais sede, abrimos caminho no meio de caquitos e outros tipos de espinhos até chegarmos numa canaleta onde podemos acender mais seguros e com um pouco de sombra. Chegamos de noite na no local da 5ª parada, bati ela ja a noite para no outro dia ela esta bem seca, bivacamos esta noite num lugar horrivel cheio de ¨vinchuca¨ bicho Barbeiro,  cheio de espinhos e morcegos as horas passavam e era impossivel dormir de sede e pelos bichos. De madrugada um vento fortissimo, refrescou bem, mas parecia que ia nos arrancar do plato,  mas pelo menos já nao havia bicho. Nesta madrugada só restava  menos de 1 litro de agua para os tres, e esse era meu medo e minha duvida, seguir ou baixar?
Assim que começou a amanhecer nos reunimos para pensar o que fazer, seguir sem agua até o cume e voltar secos  ou voltar  de onde estavamos para a trilha ate o acampamento base?
Decidimos seguir,  o ultimo gole agua quente e parti rumo a uma floresta de espinhos que tive que abrir no facao uma pequena trilha para poder passarmos. Deste pondo para cima, nao paramos para fazer furo para proteçoes, usamos tudo que havia arbustos, pedras, árvores etc...
Estiquei os 60 metros de corda protegendo onde dava e seco de sede e com um calor cada vez pior e já sem agua a horas, as 9:30 da manha no final da corda estava subindo e olhando para cima até que a ultima parede estava abaixo dos meus pés e ja nao havia nada mais a cima. Em 1 horas os 3 estavam reuniados no cume da Torre de Chochis pela primeira vez, um lugar nunca antes pisado, uma escalada dura que a principio eu pensei que seria traquila, nao dei a devida importancia a montanha. Uma incrivel paisagem de parte do Oriente boliviano. Deixamos uma caixa no cume com caderno e caneta para registro de futuros escaladores e uma bandeira de Robore a pedido do Prefeito.

A descida foi brava e com um sol de mais de 30º, secos de sede e racionando agua a dois dias, estavamos desidratados e sem comer nada para nao sentir mais sede e isso pesou muito, a descida foi ardua e confusa, queriamos nos apreçar mas o risco iria ser grande, com o desespero da sede, nao conseguiamos pensar direito a boca e a garganta estavam seca e ja nao suavamos mais desde o amanhecer, lembrei que deixei meu martelo no cume, nao pude recuperar 2 pitons que estavam no caminho. Seguencias de rapel cansativas, uma luta para recuperar corda, que fazia um arrasto monstruoso, as vezes tendo que voltar para puxar mais de cima.
Na descida duas penduladas feias eu me choquei contra a rocha e o Edu contra os espinhos, Federico deixou o capacete cair, de verdade que a retirada foi bem feia, o desespero para deixar a montanha era grande.
Por volta das 3h da tarde chegamos na base exaustos pelo calor, fome e sede, a mais de 8 horas sem um gole de agua, mas seguros. Bebemos e comemos como gente grande este dia todo, nesta noite contamos e vimos que consumimos 20 litros de agua da hora que chegamos as 10h da noite do mesmo dia.
No outro dia a Prefeitura de Robore e a Sub Prefeitura de Chochis nos parabenisaram na praça principal pela conquista,  pois ja haviam tentado escalar a Torre de Chochis, Peruanos, Argentinos, Brasileiros e Bolivianos, sem conseguir chegar ao cume, e por ajudar no turismo local com um novo ponto turistico para escaladores de todo mundo que passam por lá rumoa La Paz e ao Peru.
Um sonho, um projeto realizado





































Agradecimento a: Rocódromo, Roupas de Escalada RURP, Agua Roboré e aos outros membros da equipe de conquista que aceitaram participar deste projeto.

Volta a Chochis, dia de testar a aconcoragem química









Voltei a Chochis com a furadeira do Luiz Machado e as ancoragens químicas para arenito.
O tempo estava ótimo, calor sem vento e muita ansiedade de ver como ficaria a ancoragem com estas ampolas.


Escalei sem nenhuma proteção, claro pois nao tinha, cheguei a mais ou menos 12 metros da base e achei um lugar perfeito para fazer o teste e já aproveitar para fazer uma parada.
Estava com a furadeira com 2 baterias, começei a abrir o primeiro furo e antes do fim a primeira batería acabou, entao troquei a para a segunda e começei o segundo furo, antes de terminar o furo a segunda batería também foi pro saco. Por sorte tinha levado o batedor e terminei os dois furos na mao.



A batería tinha sido corregada no Brasil um mes antes, por isso estava fraca, e como ela é 110 e na Bolivia tudo e 220, nao pude revarregala.



Mandei para dentro as ampolas, bati o parafuso com chapa e tudo para dentro,  25 minutos depois estava belezura! Mais firme que eu.



Desci feliz da vida, primeiro pela parada ter ficado potencia e segundo por que tinha começado a chover forte bem na hora que eu tinha terminado de desescalar.


Entramos no carro e voltamos para Roboré, passamos pelo colegio Marista, onde estavamos hospedados pegamos nossas tralhas e pé na estrada, Eu, Binho e Juan.
A estrada a pesar de ser estreita esta otima bem sinalizada etc…, mas a quantidade de animais mortos é terrivel. Paramos para puxar um cavalo que tinha sido atropelado e estava bem no meio da estrada, e alem de ser super triste, ninguem para para retirarlos.
Alguns quilómetros a frente pegamos chuva e no meio da estrada tranquilamente cruzava uma linda Jiboia de uns 4 kg como se estivesse cruzando um jardín.



Paramos o transito, pois quase que ela foi atropelada por um caminhao, todos aproveitaram para tirar foto e é claro eu também, fiquei super feliz pois foi a maior cobra que ja peguei na vida e selvagem.
Coloquei-a do lado da estrada que ela quería ir e seguimos viagem até Santa Cruz.

Passando pelas Chiquitanias, Oriente Boliviano

Estando uma vez na cidade de Santa Cruz, tomei o trem ¨da morte¨ rumo ao Leste até o pequeno povoado de Chochis.
Sai às 18:00 hs de Santa Cruz e em  6 horas e meia de viagem cheguei, emplena madrugada chiquitana, desci na ferroviaria eu e poucas pessoas locais que em um piscar sumiram na escuridao, nao tive a oportunidade de perguntar nada.
Segui para o centro da cidade em menos de 5 minutos de caminhada, estava  vazia, como uma cidade fantasma, um vento fortissimo e um ceu limpo.
Resumindo nao havia lugar nenhum aberto, voltei para ferroviaria e me sentei ao banco enfrete aos trilho e ai passei a noite na conpanhia de milhoes de insetos e alguns cachorros.







A madrugada se arrastava a dentro junto com o vento que nao cessava um minuto.
Logo ao amanhecer, sai da mina cama de pau me espreguisei , escovei os dentes e segui camino pelos trilhos do velho trem, assim como disse Almir Sater.
Uns 40 minutos de caminhada, cruzando uma ponte e tomando uma trilha a direita em pouco tempo estava as portas do Santuário Mariano de Chochi, com o lindo morro testemunho ao fundo chamado de A Torre ou Muela del Diablo ¨Molar do Diabo¨.








Este monolito de pedra vermelha é a rasao pela qual eu estaba lá.
Este ano completa 10 anos  que o vi pela primeira vez, e foi amor a primeira vista, e um dia sabia que ia escalar-lo ou pelo menos tentar abrir uma via de ascesso ao cume, pois até este momento ninguem chegou em seu cume.
Tomei uma pequena trilha que leva a base da Torre, onde pude pela primeira vez ver realmente sua imponencia, pois até entao só o havia visto desde a linha do trem.
Percorri toda trilha ao redor da Torre já com segundas intensoes; intensoes esta era encontrar uma possivel via de ascesso ao cume, este monolito tem 4 lados, sendo 3 deles verticais e fissurados e o quarto lado os seus primeiros 15 metros sao pouco positivo, mas onde se poderia ascender com as devidas precausoes, pois a rocha é um arenito meio parecido com o Cuscuzeiro, mas pelo menos na base, este arenito é pouquissimo estavel.
Tirei varias fotos de todas as faces, fiz alguns videos, peguei no chao um pequeno bloco de pedra que com certeza tinha caído da torre, coloquei na mochila, para futuros teste e tomei meu caminho. Segui caminando até a nova estrada asfaltada que se chama Trans Oceanica, estrada essa que liga o Atlantico ao Pacifico, trecho que liga a cidade de Corumba MTS no Brasil a Santa Cruz de la Sierra na Bolivia.





Na volta peguei uma carona na beira da Trans Oceanica, sentido San Jose de Chiquitos, o senho do caminhaozinho vendia cerveja e refrigerante e me disse, se nao haveria problema em passarmos por uns lugares para vender, claro que disse que nao havia problema algum,  e me subi atrás do caminhaozinho aberto.







E estrada a dentro fomos ao povoado de Tapera, um povoado bem pequeno e simples, na praça principal passeavam alguns porcos, galinhas e burros, dai seguimos rumo a San Jose, um povoado maior, mas também Chiquitano, com sua igreja barroca na praça principal como todas.
De San jose tomei um Trufi ¨tipo uma lotaçao¨  e segui de volta a Santa Cruz.











Passado 2 semanas ……….
 Voltei, agora em carro e nao só, saimos de Santa Cruz, passamos por Cotoca, e pegamos a Trans Oceanica outra
vez e assim chegamos en San Jose de Chiquitos, Chochis e por fim a Robore.  Desta cidade chiquitana onde comemos compramos agua e viveres, seguimos para  Aguas Calientes.










Chegamos juntamente com uma torrencial chuva de verao, que na verdade caiu por horas e noite a dentro. Acampamos das margens do rio onde existem olhos d´agua quentes, mas infelizmente o clima nao estava a nosso favor, alguns días atrás desceu um turbilhao de agua pelo rio trasendo com ele uma agua já nao cristalina,mas barrenta com o Rio Paraguay.
No dia seguinte levantamos acampamento e seguimos para Santiago de Chiquitos, no Valle de Tucavaca.









Subimos uma pequena serranía,  cheia de mosquitos, mas muito bonita até que chegamos onde se para o carro, enfrente a placa onde dizia: ¨SENDERO ECOTURISTICO ¨EL MIRADOR¨ LA ANTESALA DEL CIELO¨.

Pegamos as mochilas e todas as tralhas e começamos a subir, passamos por lindas formaçoes rochosas que dariam lindas vías de escalada.
 Caminhamos cerca de uns 50 minutos subindo até o local onde acampamos, armamos as barracas e preparamos a comida, pois ja era tarde e começava a escurecer.

No outro dia pela manha saimos para fazer uma caminhada pelo ¨Cañon¨ um lugar incrivel, percorremos uma grande parte da chapada, até chegar num ponto sem saida e decidimos voltar.









Por volta do meio-dia pegamos o caminho de volta até a cidade onde aproveitamos para almoçar. Termidado o almoço seguimos para um lugar que se chama ¨Cachoelas¨.
Uma outra caminhada de 30 minutos, por um lugar rochoso, que termina numa sequencia de quedas d´água e cada com seu poço, onde se podía saltar da parte de cima da cahoeirinha por serem fundas. Um pequeno bloco saido da agua logo virou atrativo e começamos escalar, em caso de queda iriamos direto para agua.

Saimos das Cachoelas e voltamos para o povoado de Santiago de Chiquitos, ficamos vendo o carnaval de rua tradicinal da regiao.
No final da tarde caimos na estrada rumo  a Santa Cruz de La Sierra, no meio da estrada paramos para fotografar e tira-la do camino esta linda aranhazinha.

Chegamos em Santa Cruz no começo da madrugada.