Regras de Conduta Consciente de Mínimo Impacto


Me lembro quando a FEMESP em 2002 criou o Adote uma Montanha. 

Naquela época já havia esse problema, claro em menores proporções, pois todos praticantes de montanhismo e escalada não somavam mais de 10.000 em todo Brasil.

Na verdade, muito antes disso já havia o problema de lixo, dejetos entre outros na natureza, desde que o homem começou a frequentar as montanhas, começou esse problema. Só como exemplo longínquo, no Everest tem lixo deixado desde a primeira Expedição em 1922.

Hoje então nem se fala... São toneladas a cada temporada.

Locais como Parques Nacionais ainda se mantém mais intactos. São iguais aos parques de outros países? Claro que não, falta muito, ainda estamos engatinhando mas, estão ótimos para visitação, existe um controle, regras, taxas, multas e guarda parques. 

Comparado com locais abertos e montanhas de livre ascesso como por exemplo os locais mais críticos, Pico dos Marins / Pico do Itaguaré, é deprimente de se ver... E isso que alguns condutores locais fazem mutirões de limpeza esporádicamente. Já participei de um final de semana de limpeza e a quantidade de lixo de todo tipo, fezes etc é impresionante.

Em 2003 para 2004 no meu extinto ginásio de escalada indoor Rocódromo aqui em São Paulo, um dos principais temas já era o mínimo impacto. Isso era passado e repassando para frequentadores, alunos e amigos era e ainda é um dos temas nos cursos de escalada e montanhismo, ministrados por mim, juntamente com Ética na montanha e na escalada em rocha. Como sempre tínhamos atividades outdoor era minha obrigação falar sobre.

Cabe a todos repassarem estás informações, é o famoso trabalho de Formiga, é só assim que isso irá melhorar. Faça sua parte assim como tem feito a bióloga @clau.lizieri com o projeto @ciencianastrilhas um lindo trabalho que deveria ser exemplo e inspiração a ser seguido e replicado.

Todas agências de montanha deveriam apoiar fazer algo, mas infelizmente a montanha "tanto amada" por eles é só uma fonte de lucro, a natureza está em segundo ou terceiro ou último plano. Onde está todo amor pela montanha que vivem falando? Infelizmente montanha é sinônimo só de dinheiro e fama, montanha é natureza.

A FEMESP na época que o Silvério era presidente ainda funcionava legal, hoje estão apáticos, este é meu ponto de vista.

O mínimo impacto não é só sobre lixo como muitos pensam e algo muito maior é realmente péssimo para os visitantes e lastimável e brutal para natureza.

Leiam estudem se informem e principalmente apliquem, ética e mínimo impacto andam de mãos dadas


Pela FEMESP

Estar em contato com a natureza é o que nos move, mas essa experiência deve ser vivida com o máximo respeito. Para proteger o meio ambiente, algumas regras básicas de mínimo impacto ambiental foram desenvolvidas.


Esse código de ética orienta os visitantes sobre a conduta adequada para preservar os recursos naturais e garantir que todos possam usufruir de seus benefícios. Ajude a montanha, cuide da vida e pratique essas diretrizes sempre. Confira abaixo os princípios básicos que todo montanhista deve considerar como indivíduo e como membro da comunidade de montanhistas, segundo a Federação de Montanhismo do Estado de São Paulo (FEMESP). 


1- PLANEJAMENTO


Conheça os regulamentos e precauções especiais da área que irá visitar.

Prepare-se para condições meteorológicas extremas, acidentes e emergências.

Programe sua viagem de forma a evitar altas temporadas e feriados.

Empacote e reutilize sobras de alimentos para minimizar desperdício.

Utilize mapa e bússola para eliminar a necessidade de marcas de tinta, totens de pedra, fitas, etc.

Escolha as atividades que você vai realizar na sua visita conforme o seu condicionamento físico e seu nível de experiência. 

Calcule o tempo total que passará viajando e deixe um roteiro da viagem com alguém de confiança, com instruções para acionar o resgate, caso necessário.

Avise a administração da área que você está visitando sobre sua experiência, o tamanho do grupo, o equipamento que está sendo levado, o roteiro e a data esperada de retorno.

Tenha certeza que você dispões do equipamento apropriado para cada situação. Acidentes e agressões à natureza em grande parte são causados por improvisações e uso inadequado de equipamentos. 

Em áreas de montanha, use o mínimo necessário de transporte motorizado e estacione fora do caminho. Faça uso de transporte coletivo se este for prático.

Regras de Conduta Consciente de Mínimo Impacto

2- REALIZE PRÁTICAS DE MÍNIMO IMPACTO 


2.1 – USO DOS CAMINHOS


Saia em grupos pequenos. Os grupos grandes geram maior impacto que vários pequenos separados entre si. 

Evite caminhar sobre solo molhado. O solo carregado de água é mais suscetível à deterioração. 

Não caminhe com mascotes como cães ou gatos. Estes podem alterar a fauna local. 

Mantenha baixo o nível de ruído. Os ruídos estranhos, alteram o comportamento da fauna e atrapalham pedidos de socorro. Melhore a qualidade da sua experiência na natureza. 

Faça os descansos fora da picada e em lugares com pouca vegetação. Fazer os descansos sobre a picada obriga a outros caminhantes, a sair da mesma para passar pelo lugar. 

Mantenha-se nas trilhas pré determinadas, os atalhos favorecem a erosão e a destruição das raízes e plantas inteiras. Em hipótese alguma abra novos caminhos, dê o direito ao próximo de estar em um local sem interferência. 

Não corte a vegetação. 

Evite lugares onde os impactos apenas começaram. 

Em zonas onde não existem picadas, disperse as atividades e não caminhe em fila. Caminhar em fila onde não existe picada, deteriora o solo. 


2.2 – ZONAS DE ACAMPAMENTO


Acampe em lugares permitidos e em zonas livres muito freqüentadas, em lugares bem compactados. Evite áreas frágeis que levarão um longo tempo para se recuperar após o impacto. 

Não cave valetas ao redor das barracas, escolha o melhor lugar e use um plástico sob a barraca. 

Bons locais de acampamento são encontrados, não construídos. Não corte nem arranque a vegetação, nem remova pedras ao acampar. 

Sempre que possível faça bivaque. 

Em zonas de acampamento procure utilizar calçados de sola macia como sapatilhas ou alpargatas. 

Evite o pisoteio da vegetação.

Lave panelas, pratos e roupas somente com sabão branco e longe dos córregos de água, utilizando um recipiente. 

Use banheiros se existirem, na falta, vá ao banheiro a mais de 60 metros dos cursos de água e enterre os dejetos a pelo menos um palmo de profundidade. 

Conserve as áreas de acampamento menor possível. Focalize as atividades em áreas naturalmente desprovidas de vegetação. 


3- TRAGA O SEU LIXO DE VOLTA 


Se você pode levar uma embalagem cheia para um ambiente natural, pode trazê-la vazia na volta. Ao percorrer uma trilha, ou sair de uma área de acampamento, certifique-se de que elas permaneçam como se ninguém houvesse passado por ali. Remova todas as evidÊncias de sua passagem. Não deixe rastros. Não queime nem enterre o lixo. As embalagens podem não queimar completamente, e animais podem cavar até o lixo e espalha-lo. Traga todo seu lixo de volta com você. 


4- DEIXE TUDO COMO ENCONTROU 


Não construa qualquer tipo de estrutura, como bancos, mesas, pontes, etc. 

Não quebre ou corte galhos de árvores, mesmo que estejam mortas ou tombadas, pois podem estar servindo de abrigo para aves ou outros animais. Resista a tentação de levar “lembranças” para casa. 

Deixe pedras, artefatos, flores, conchas etc. onde você encontrou para que outros também possam aprecia-los. 

Não introduza ou transporte espécies não nativas. 

Preserve o passado: examine mas não toque estruturas e artefatos históricos ou de interesse cultural. 

Não perturbe a ordem das coisas. 

Sempre feche uma porteira que encontrar fechada depois de passar por ela. 


5- NÃO FAÇA FOGUEIRAS 


Fogueiras matam o solo, enfeiam os locais de acampamento e representam uma grande causa de incêndios florestais. 

Para cozinhar, utilize um fogareiro próprio para acampamento. 

Para iluminar o acampamento utilize um lampião ou uma lanterna em vez de uma fogueira.

 Se você realmente precisa acender uma fogueira, utilize locais previamente estabelecidos, e somente se as normas da área permitem. Mantenha o fogo pequeno, utilizando apenas madeira morta encontrada no chão. 

Tenha absoluta certeza de que sua fogueira está completamente apagada antes de abandonar a área. 

6- PROTEJA E RESPEITE A FLORA E A FAUNA 


Proteja de maneira efetiva o ambiente de montanha, sua flora, sua fauna e seus recursos naturais. 

Não perturbe aves ou qualquer outra vida selvagem. Proteja as flores e respeite os locais de interesse científico de qualquer natureza. 

Observe à distância. Não siga ou se aproxime dos animais. 

Nunca alimente os animais. Alimenta-los danifica sua saúde, altera seu comportamento natural e os expõe a predadores e outros perigos. 

Evite qualquer contato com a vida selvagem durante épocas sensíveis: no acasalamento, durante a construção de ninhos, durante a fase de aprendizagem dos filhotes, ou no inverno. 


7- TENHA ATITUDES POSITIVAS 


Tenha uma boa atitude em relação a montanha e à prática dos esportes que nela se desenvolvem. 


7.1 – POPULAÇÃO LOCAL


Respeite as origens culturais e dignidade da população local. Os vilarejos que geralmente cercam as montanhas são calmos e pacatos, não faça nada para interferir negativamente na vida local. 

Ao encontrar gado ou animais de carga na trilha, mantenha-se do lado mais baixo da encosta. 

Todo montanhista deve utilizar sua liberdade, usufruindo seu espaço e sempre RESPEITANDO o próximo.

7.2 – OUTROS VISITANTES


Ande e acampe em silêncio, preservando a tranqüilidade e a sensação de harmonia que a natureza favorece. Deixe rádios e instrumentos sonoros em casa. 

Cores fortes, que destoam do ambiente, podem ajudar na localização da pessoa, num resgate na mata, por exemplo. Por isso não se recomenda usar roupa camuflada, como de exército.

Respeite os demais visitantes e proteja a qualidade da experiência deles. 

Faça parada de descanso ou acampe longe das trilhas e de outros visitantes. 

Seja cortês. Dê passagem a outros usuários na trilha.