Montanhas & Algo Sobre Como Sobreviver Nelas


MONTANHAS 


Algo Sobre Como Sobreviver Nelas 





Apostila por Leonardo Juliano Mangano, sobre esportes de montanhas.
Fontes: Livros, revistas, documentários e vídeos.
Ano:  2003


Nos esportes de montanha grande parte dos riscos podem ser calculados. Quer dizer que existem uma série de perigos associados com a sua prática sendo nosso dever aprender a reconhecer esses perigos, calcular os riscos a eles associados, saber evitá-los e lidar com eles caso aconteça um acidente. Antes de tudo, os praticantes devem conhecer os riscos associados à prática desta modalidade.
A maioria sabe que os riscos se dividem em objetivos e subjetivos, que também poderíamos classificar respectivamente de naturais e humanos. Sendo a maioria, perigo objetivo ou natural, é fundamental tomar conhecimento desses riscos potenciais e agir na prevenção primária.
 Por exemplo, informarmo-nos das condições meteorológicas e em função das previsões, analisar os perigos possíveis com que podemos nos deparar na montanha e os riscos que comportam (ex.: tempestades - risco de eletrocussão; ventos fortes - risco de hipotermia, enregelamento, desidratação, Soroche (mal da montanha), etc.

Quando as condições meteorológicas indicam que os riscos são grandes e apesar do nosso sexto sentido nos querer sempre convencer que os acidentes só acontecem aos outros, há que tomar a decisão mais correta: adiar a saída para a montanha para um dia melhor!
Os perigos subjetivos ou humanos estão diretamente associados ao estado pessoal, quer físico quer psíquico. Se estivermos doentes, se não estamos em boa forma física, se estamos desatentos, sonolentos, nervosos, cansados, etc., devemos parar a nossa atividade e procurar uma solução para o problema. Podendo simplesmente dormir um pouco, comer e beber para repor energias, ou inclusive desistir do nosso cume ou via e descer.

Criar e levar a risca um plano de treino para atingir um objetivo específico é uma boa garantia para evitar alguns destes problemas e perrengues. Antes de qualquer coisa devemos saber o que pretendemos "da montanha". Trata-se de questões pessoais e interiores, cada um tem que aprender a "ouvir" o seu corpo e espírito e decidir o que é melhor para si em termos de longo prazo.
É igualmente importante aprofundarmos os nossos conhecimentos através da leitura de bibliografia específica.
Devemos esforçar-nos continuamente para ter a consciência correta dos perigos e evitar fatores que inibam a nossa análise dos perigos existentes. Talvez o maior fator inibidor que existe seja o nosso orgulho e egocentrismo, que normalmente nos pressiona para continuar, quando tudo parece indicar que o melhor é voltar para baixo.
Devemos aprender o que fazer se formos surpreendidos, por exemplo, por uma tempestade elétrica, mas, sobretudo, devemos aprender o que fazer para evitar sermos surpreendidos por essa mesma tempestade. Ou seja, orientar a nossa conduta em montanha de forma a prevenir e não a querer remediar.

As Avalanches 
As avalanches são deslocamentos de massas de neve que entram em desequilíbrio e se precipitam das encostas das montanhas. Temos três tipos distintos de avalanches, tendo em conta o tipo de neve:

 De neve recente  De neve úmida  De placa

Neve após neve, os flocos que se acumulam nas vertentes, condicionados por diversos fatores ambientais (temperatura, umidade, vento, etc.) consolidam-se em camadas de diferentes tipos de neve. Como a neve nas pendentes tende a descer por efeito da gravidade, quando entra em desequilibro, acontece que as diferenças de densidade entre as camadas fazem com que umas sirvam de superfície de deslizamento das outras.

As avalanches de neve recente dão-se logo após grandes nevascas, com temperaturas frias (- 5Cº) em que a grande acumulação de neves nas vertentes mais inclinadas das encostas não se segura e desliza montanha abaixo, com grande poder destrutivo. Do total de avalanches existentes estas constituem cerca de 80 %, resultando cerca de 12,5% do total das fatalidades provocadas por avalanches.
As avalanches de neve úmida dão-se devido a altas temperaturas e chuvas que provocam a desagregação das camadas superiores das inferiores. São normalmente constituídos por blocos redondos, sendo avalanches típicas de vertentes e primavera. Do total de avalanches existentes estas constituem cerca de 10%, resultando cerca de 14,5% das fatalidades. Por isso muitos alpinistas preferem fazer a ascensão de madrugada, para evitar os riscos de avalanches por aquecimento.

As avalanches de placa dão-se normalmente em vertentes abertas ou convexas e ocorrem quando há perda de coesão interna entre placas (em equilíbrio instável) devido a sobrecargas exercidas sobre elas, dando-se normalmente durante a passagem de esquiadores ou montanhistas. São as avalanches que provocam mais acidentes. Do total de avalanches existentes estas constituem cerca de 10%, resultando cerca de 73% das fatalidades.

Outros tipos de avalanches são as originadas pelas rupturas de cornijas ou queda de seracs, como exemplo a morte de 8 andinistas que escalavam o Alpamaio (Peru, 2003) e que foram esmagados por um serac, que há vários anos estava em vias de cair.
Na montanha, ao chegarmos a uma pendente suspeita devemos analisar os seguintes elementos: Avaliar a inclinação da pendente (a partir dos 20º suspeitar), exposição ao vento, orientação (exposta ao sol/sombra), tipo de vertente (com/sem ancoragens naturais, convexa, bosque, ravina, goulote, corredor, natureza do solo subjacente). Esta analise serve-nos para avaliar a possibilidade de ocorrência de avalanches nesse local.

Segundo um estudo realizado na suíça por Brugger e Falke (1992), a partir de 332 casos de pessoas totalmente soterradas em avalanches entre 1981 e 1989, concluiu-se que existem 93 % de hipótese de sobreviver durante os primeiros 15 minutos após a avalanche. Entre os 15 e os 45 minutos, decorre uma fase de asfixia, decrescendo as hipóteses de ser encontrado com vida dramaticamente de 93% para 26%. Após os 90 minutos ocorreram casos de morte por hipotermia, sendo as probabilidades de ser encontrado com vida muito escassa. Assim, devemos estar bem treinados e equipados para socorrer rapidamente um companheiro nosso em apuros numa avalanche. Porque as melhores hipóteses de salvá-lo são as imediatamente seguintes à avalanche e não uma hora depois com a chegada da equipa de socorro.


Após grandes nevascas ou com índices marcados, fortes ou muito fortes devemos utilizar as ARVAS (aparelhos de resgate de vitimas de avalanches). Estas se tratam de aparelhos emissor / receptores que funcionam numa freqüência universal. Utiliza-se na posição de emissor e,
quando acontece uma avalanche, muda-se o aparelho para recepção de forma a poder-se localizar o companheiro enterrado na neve. Com a ARVA, uma pá de neve e uma sonda conseguem-se localizar uma vitima em cerca de 11 minutos. Com a ARVA e a pá de neve localiza-se em cerca de 25 minutos. Somente com a ARVA entre uma a duas horas. Passada há primeira hora as possibilidades de sobreviver diminuem drasticamente. O tempo que se poupa utilizando o equipamento adequado faz muitas vezes a diferença entre a vida e a morte.

Conclusão 
Esta introdução tem como principal objetivo levar os leitores há refletir um pouco, passar alguma informação útil e alertar para os perigos dos esportes de montanha. Lembrar que as maiorias dos acidentes ocorrem não por falhas técnicas ou descuidos, mas por más decisões e escolhas erradas que levam ao acidentes.

Procedimentos de Emergência para Grupos em Atividades Outdoor
"Lembrete: a técnica de auto resgate más importantes que existe é a capacidade de evitar que seja necessário um resgate"

Quando falamos em procedimentos de segurança, inevitavelmente argumentamos que está é ditada pelo nosso senso comum ou de montanha. Conforme somos bem ou mal sucedidos, vamos avaliando a nossa forma de atuação e adaptando esta às circunstâncias, num processo de causa e efeito cujo resultado pode nem sempre ser agradável. Ainda que o método de aprendizagem mais eficaz seja o de aprender fazendo, há que fazer ou experimentar segundo uma linha que nos permita total liberdade, mas que ao mesmo tempo guarde a nossa integridade física bem como a daqueles que nos acompanham ou que possam intervir de qualquer forma neste processo.

O objetivo deste texto não é o de descrever modos de atuação para as diversas situações de emergência das várias áreas de atividades outdoor, mas alertar, a quem realiza este tipo de atividades, algumas linhas orientadoras que se devem conhecer em relação a protocolos e procedimentos de segurança para situações de emergência.

Classificação dos Perigos
Podemos tipificar o perigo em duas categorias: elemento (fator ou causa) e conjectura. Os elementos de perigo são as fontes de ferimento ou de perca, por exemplo, um relâmpago (descarga elétrica). As conjecturas são condições que acentuam ou influenciam a hipótese de ocorrência de um ferimento ou de perca, por exemplo, uma trovoada. A presença de perigo quer seja uma causa ou uma conjectura, aumenta o risco. Por exemplo, o perigo de uma pessoa ser
eletrocutada é criado por dois perigos: a presença de uma trovoada (conjectura) que aumenta a probabilidade de um raio (causa) atingir uma pessoa.
Conhecendo a diferença entre causas e conjecturas e sendo capaz de identificá-los no terreno podem-se diminuir as hipóteses de riscos desnecessários. Por exemplo, a travessia de um glaciar para se atingir um cume. Nos glaciares existem zonas de crevasses e de serracs que são óbvios elementos de perigo. A ação lógica será a de evitar a zona do glaciar aonde estes se encontram. No entanto por vezes a nossa rota atravessa zonas como estas, pelo que é de todo impossível evitar estes perigos. Neste caso, devemos lidar com esta situação de uma maneira segura, considerando a conjectura associada aos elementos de perigo.

A temperatura, que varia de acordo com a hora do dia, o sol e outras condições climáticas é uma conjectura que aumenta a probabilidade de movimentos de blocos de gelo a medidas que estes vão aquecendo. Os alpinistas experientes evitam o risco de sofrerem um acidente devido ao movimento do gelo escolhendo a hora correta para se defrontarem com estes elementos - quando a conjectura de perigos é mínima.

A pratica comum sugere que se comece a ascensão a meio da noite, com os frontais na cabeça, que se atinja o cume pela madrugada e que se esteja de volta ao campo base a meio do dia - antes da subida da temperatura. No calor da tarde os alpinistas podem aproveitar para relaxar, comer uma boa refeição, enquanto observam a uma distância segura o glaciar a derreter e a mover-se, sabendo que reduziram a probabilidade dos perigos encarando apropriadamente a conjectura e os seus diversos elementos.

Resumindo os elementos de perigo sempre estarão presentes nas atividades de aventura. Sabendo como e quando estes condicionam a conjectura pode ajudar-nos a reduzir cumulativamente os perigos em ambos os lados da equação do acidente.

Analise de Perigos

Vimos como se procede em relação aos fatores e às conjecturas de perigo no caso de derretimento de gelo, mas como generalizamos a analise dos perigos deste caso específico para outras situações. Utilizando o seguinte  procedimento de 10 passos para a Analise de Perigos, que permite reduzir a chance de que estes nos aconteçam, ou no caso de acontecerem, que nos permita minimizar as suas conseqüências para níveis aceitáveis e ou recuperáveis.

 Planejar antecipadamente  Identificar os perigos  Chamar atenção para os perigos  Remover os perigos  Evitar os perigos  Defrontar os perigos  Avaliar o risco de ocorrer um acidente (humano/subjetivo ou ambiental/objetivo)

 Estimar a probabilidade de perda (número e força)  Justificar a perda/risco de vida (aceitável e ou recuperável)  Proceder com extrema precaução

Planejar antecipadamente 
Admitir que um acidente nos pudesse realmente acontecer! A questão não é se, mas quando. A solução é estar sempre pronto para dar respostas aos diversos problemas que nos podem acontecer, e optar uma postura humilde. Planejar antecipadamente é essencial. Saber como agir perante cada acidente potencial antes de ele acontecer.

Identificar os perigos 
Procurar identificar os perigos de uma forma permanente ou continua. Permanecer vigilante em relação aos possíveis perigos em toda e qualquer situação. Perguntar-se permanentemente "E se" - optar sempre a ação correta para lidar com os perigos.
Destacar a atenção para os perigos

Uma vez identificados os perigos, chamar a atenção dos companheiros e clientes sobre estes. Nos perigos de fator humano podemos reduzir as probabilidades de um acidente potencial chamando a atenção sobre este e conduzindo os participantes a uma mudança de comportamento.
Remoção do perigo
Se apropriado, remover elementos que contribuam para situações de perigo.
Se chamar a atenção sobre o perigo não é o suficiente para resolver o problema, considere-se a hipótese de removê-lo, desde que esta ação não aumente o risco desta ou origine outras situações perigosas.

Evitar situações perigosas 
Se não é possível remover o perigo, então a melhor solução é tentar evitá-lo. Esta atitude pode passar por alterar, reorientar, modificar, optar por um novo plano, cancelar ou abortar uma atividade. Note-se que o encontro com situações perigosas é ocasionalmente necessário e às vezes desejável. Para além da obvia procura de perigos pelos aventureiros, como meio de se porem à prova, o encontro com este tipo de situações potencialmente perigosas pode ter os seus aspetos positivos. No entanto não esquecer que estas experiências podem ser positivas desde que não se combinem dois ou mais fatores de risco na mesma "equação".

Identificar e classificar situações de perigo 
Se não é possível remover ou evitar os perigos, o mais certo será ter que os enfrentar. Logo se torna necessário classifica-los ou como elementos (origem de dano ou perca) ou como conjectura (condições que influenciam a probabilidade de dano ou perca). Esta classificação permite-nos enfrentar os perigos quando fatores da conjectura são mínimos, desta forma reduzindo-se o risco de acidente.

Avaliar o risco e reclassificar o perigo 
Se não se pode evitar o perigo, então avalia o risco de um acidente potencial. De seguida reclassifica o risco ou como ambiental baseado no espaço circundante, ou como humano baseado no grupo. Esta reclassificação permite reconhecer se o potencial de sobreposição das duas forças e se o risco de um acidente existe.

Estimar os potenciais danos ou perdas 
Se a combinação de perigos ambientais e humanos parecerem eminentes, estima à probabilidade de danos ou perdas. Relembra que quanto mais numerosos e fortes forem os perigos maiores são as probabilidades de um acidente ocorrer. Logo deves identificar e avaliar o número e a força dos perigos nas categorias ambiental e humana. Números absolutos não significam necessariamente que os acidentes sejam igualmente proporcionais - somente que quantos mais perigos presentes, maiores as combinações entre estes perigos e maiores as possibilidades de um acidente ocorrer.
Minimizar os danos ou perdas

Se o risco de um acidente parecer provável, mas, no entanto, não uma certeza absoluta, escolher uma linha de atuação de que cujo resultado de um acidente seja aceitável e recuperável. Se na montanha formos apanhados por uma trovoada que ponha em perigo a vida dos escaladores, se ao abandonar o material de escalada metálico diminuímos as hipóteses de sermos atingidos por um relâmpago, abandonemos então este material e voltamos mais tarde para recuperá-lo noutra altura, aceitando o fato de a perda possa ser meramente financeira e não mais cara do que isso.

Fazer ajustes apropriados 
Se o resultado de uma perda for, por exemplo, um acidente com ferimentos, executar ajustes pré-planejados e apropriados (ex. socorro e evacuação). Para se alcançar isto tem que se pré-planejar. Decidam quais as suas contra medidas para acidentes com ferimentos, antes da ocorrência dos mesmos. Uma vez esta posta em prática, proceda com extrema precaução, continuando a procurar novos perigos que possam surgir e combine-os com os já existentes.

Fatores de Inibição da Analise
Existem seis fatores que podem inibir a analise da condição de perigo. Estes fatores de inibição são situações novas ou inesperadas, atribuições inapropriadas, faltas de concentração, pressa em regressar, fenômeno de mudança para atitudes de risco, julgamentos pobres ou errôneos.

1 - Situações novas e ou inesperadas
Significa que provavelmente não se conseguirá responder de forma adequada a situações com as quais não tivemos contato ou experiência. Um bom exemplo é o de utilizar um percurso ou liderar grupos pela primeira vez ou ainda realizar atividades em novos ambientes e lugares. A importância dos reconhecimentos antes da realização das atividades é a de que estes contribuem para o decréscimo das hipóteses de surpresas durante o decorrer das mesmas.

2 - Atribuições inapropriadas
Atribuições inapropriadas referem-se à tendência de certos guias de tomar o crédito por ações bem sucedidas, atribuindo este sucesso às suas competências pessoais; e a atribuir a culpa dos insucessos a outros ou outras coisas, por exemplo, as más condições climáticas ou ao mau equipamento. Este comportamento acontece freqüentemente devido a orgulho exagerado, da necessidade de agradar a terceiros, de querer ficar bem visto ou do desejo de viver segundo determinadas expectativas. Mas atenção, porque este comportamento leva a negligenciar o primeiro passo dos procedimentos de análise de riscos: levar-nos simplesmente a recusar a idéia de que os acidentes também nos podem acontecer.

3 - Falta de concentração
A desconcentração surge em guias que baixam as suas guarda devido à fadiga, distração ou falta de cuidado. Baixando a guarda, cessa a procura constante de perigos e não se está suficientemente alerta para se agir com precaução. Este tipo de comportamento é freqüentemente observando os grupos regressando de uma ascensão, ou quando o escalador atingiu o topo da via e está descendo, é comum o que esta fazendo a segurança descuidar-se e distrair-se. Ou seja, após as situações de stress ou de dificuldade envolvidas nas atividades toma-se a percepção errada de que o perigo acabou e a nossa desatenção origina freqüentemente em acidentes. Ocorrem mais acidentes a rapelar as vias de dificuldade do que propriamente acidentes por causa da própria dificuldade das mesmas.

4 - Pressa em regressar
Sentir o cheiro da cocheira e ter pressa em chegar é um comportamento comum entre cavalos e guias. Quando se tenta recuperar tempo de um horário que está irremediavelmente atrasado ou quando o fim está já à vista, tem-se a tendência para deixar de chamar a atenção para perigos que em situações normais se faria um esforço maior para evidenciar, remover ou evitar. Perante o desejo veemente de regressar a casa para uma ducha quente ou a uma boa
refeição, tem que resistir à tentação e não tornar este objetivo mais importante que a segurança.

5 - Fenômenos de mudança para comportamentos de risco
Este fenômeno ocorre quando num grupo existem pessoas (normalmente inexperientes), que optam por comportamentos mais arriscados do que os que teriam se encontrassem sozinhas nas mesmas condições. Membros novos optam por estes comportamentos quando estão relutantes em expressar os seus medos, especialmente quando a coragem é socialmente desejável. Ou naqueles que transferem a sua responsabilidade pessoal perante os riscos para outros, pensando que assim aumentam o seu nível de segurança ou o do grupo, e geralmente sem informar o guia desta sua decisão. Quando isto acontece, podemos descobrir que o grupo está tomando decisões que de fato não quer seguir, porque ninguém gosta de parecer covarde perante os outros e muitos são relutantes em admitir que se encontram em situações que estão além dos seus limites pessoais. Como guias, temos que estar conscientes desta possibilidade, especialmente quando existem focos de tensão dentro do grupo.

6 - Julgamentos pobres ou errôneos
Julgamento pouco fundamentado ou errado inibe muitos fatores da monitorização de atividades, e a segurança não é exceção. Este tipo de julgamentos errado é freqüente em situações nas quais não percebemos o que realmente esta passando. Esta falta de percepção nos leva a estimar más situações de perca ou dano, ou a avaliar mal o real valor desta perca posteriormente numa situação de cotidiano. Uma vez que "o bom julgamento" é vital neste tipo de atividade, convém manter uma análise e avaliação constante aos nossos julgamentos. Ao fazermos a nossa auto-avaliação temos que tomar em conta a opinião sincera e honesta de outros companheiros. Ainda que este método possa ser algo ameaçador em termos profissionais ou pessoais, pode contribuir muito para a tomada de decisões corretas. Aproveita para discutir em pequenos grupos com outros guias situações de risco passadas, casos épicos e erros embaraçantes, sem medo de ser criticado por pessoas hierarquicamente superiores.

Contra medidas de Segurança
Apesar de uma minuciosa análise de perigos e de se tomar atenção aos fatores que podem inibir o nosso julgamento, os acidentes podem e acontecem-nos! No caso de um acidente acontecer, uma seqüência de contra medidas pode tornar-se muito útil de forma a minimizar as conseqüências deste mesmo acidente. Podemos dividir as contra medidas de segurança para acidentes em três categorias, conforme a linha temporal da sua aplicação: primárias ou proativas, ativas ou secundárias e reativas ou terciárias.

Contra medidas pro - ativas ou primárias 
Este tipo de medida sugere que se pratiquem todos os tipos de medidas a tomar em caso de acidente ou ao menos que se prepare uma resposta adequada às eventualidades. Exemplos de medidas preventivas são as inspeções ao
equipamento, briefings de segurança, treino dos guias, revisão de perigos humanos e ambientais potenciais ou inspeção atenta do estado de saúde dos clientes ou participantes.

Contra medidas ativas ou secundárias
São todas as medidas tomadas durante o programa ou atividade, geralmente resultantes de um acidente. Exemplos de medidas de resposta ou ativas são o primeiro socorro, busca e salvamento, evacuação do local e anotação dos dados dos ferimentos dos acidentados.

Contra medidas reativas ou terciárias 
São todas as medidas tomadas após o acidente. Tais como informar familiares ou pessoas intima da vítima e a organização promotora do ocorrido, preenchimento de documentação relativa ao acidente para posterior análise e para companhias de seguros ou marcação de visitas ao acidentado no hospital ou em sua casa.

Competências pessoais de segurança do guia
Por último, os guias devem procurar aumentar ou ganhar conhecimentos em áreas, que têm um papel importante nas questões relativas à segurança, que se revejam no tipo de atividades que enquadram. Exemplos destes tipos de competências é a interpretação meteorológica, regulação da temperatura corporal, orientação e navegação, sobrevivência, curso de primeiros socorros, busca e salvamento, evacuação ou regaste.
Nutrição nos esportes de Aventura

A "Refeição-Volante"
1. Introdução
Os esportes considerados de "Aventura" são muitas vezes utilizados para "furar" a monotonia dos dias passados no escritório, ou mesmo somente para experimentar novas sensações. Neste contato com a mãe natureza os praticantes devem ter a percepção que o fator risco aumenta. O respeito pelo espaço que utilizamos assume uma elevada importância e a própria atividade deve ser devidamente planejada, em todos os seus aspectos.

Quando se parte para um desses dias de atividade de exploração da natureza, a primeira questão de qualquer praticante é: o que vou levar para comer? Para suportar 5 horas de passeio pedestre, 3-4 horas de canoagem ou de mountain Bike, é necessário criar um suporte energético que nos permita permanecer na atividade de forma a retirarmos o máximo de proveito. A escolha dos alimentos torna-se assim, uma condição essencial para o sucesso da atividade, pois o seu transporte e ingestão têm que ser o mais prático possível.

No entanto, cada atividade exige quantidades de energia diferenciadas, sendo que a necessidade de energia aumente na proporção da intensidade do esforço das referidas atividades. É fundamental que os praticantes saibam escolher a sua alimentação e o que ingerir em cada situação.

2. Que necessidades temos?
Como é óbvio, o gasto energético varia de atividade para atividade, sendo este resultado de uma relação direta entre a duração e a intensidade do esporte. No Quadro 1 são apresentados alguns exemplos de atividades.

Atividade Dispêndio energético (Kcal / kg / hora) Passeio Pedestre - Fácil 5,3 Passeio Pedestre Fácil/Médio 6,3 Passeio Pedestre - Médio  (mochila às costas c/ 0 a 4 kg de carga) 7,4 Passeio Pedestre Algo Difícil  (subir com 5 a 9 kg de carga) 7,9 Passeio Pedestre Difícil  (subir com 10 a 19 kg de carga) 8,4 Passeio Pedestre Muito Difícil (subir com 20 ou + kg de carga) 9,5 Orientação 9,5 BTT 9,0 Canoagem de Recreio 4,2 Canoagem, descidas rápidas 3,5 Kayak 5,3 Rafting ou Canoagem em águas bravas 5,3 Escalada / ascensão 11,6 Quadro 1 - Gasto calórico das diferentes atividades de aventura



Para calcularmos o dispêndio energético total de uma atividade temos de multiplicar pelo nosso peso pelo número de horas que essa atividade dura.
Exemplo:

Atividade - Passeio Pedestre - Fácil (5,3 Kcal/Kg/h) Duração - 6 horas Peso do indivíduo - 70 kg Dispêndio energético total - 5,3 Kcal/Kg/h x 6h x 70kg = 2226 Kcal
Só através do conhecimento das nossas necessidades energéticas é que podemos "construir" um suporte alimentar que as satisfaça. Porém não basta preocuparmo-nos com a quantidade de calorias que necessitamos ingerir. A qualidade dessas calorias (o tipo de alimentos de onde provêm) é também fundamental.

3. O que comer?
A nossa refeição? Volante deve ser iniciada com um pequeno almoço de atleta, garantindo um suporte de hidratos de carbono (pão integral ou de cereais, maças, peras) e proteínas (leite e derivados) suficientes. De salientar que os hidratos de carbono de baixo a moderado índice glicêmico devem ser os eleitos, pois permitem uma entrada lenta da glicose na circulação sanguínea fornecendo uma energia contínua. A ingestão destes alimentos pode retardar o aparecimento da sensação de fome.
Ao constituir/preparar uma refeição-volante para uma atividade, devemos procurar calcular o número de calorias (= energia) que necessitamos ingerir para superarmos o esforço, mas não é tudo! Devemos ter em consideração outros fatores, tais como:
 Número total de calorias utilizadas  Duração da atividade  Intensidade da atividade  Possibilidade de paragem para ingestão de alimentos  Quantidade (peso e volume) de alimentos a carregar durante a atividade  Necessidade de rápida ingestão de hidratos de carbono  Deve ser pensada como um conjunto de pequenas refeições
A barra de cereal é também uma boa opção. No entanto, este tipo de alimentos industrializado tem uma elevada concentração dos nutrientes e alguns conservantes que podem causar algum desconforto gástrico se forem consumidos constantemente. Para evitar este desconforto devem ser incluídos na mochila alimentos como Sanduíche (sem maionese, requeijão ou outro tipo de condimentos que sejam facilmente deteriorados pelo calor). Eis um exemplo de como pode ser constituída uma refeição-volante para um dia destas atividades:
 Frutas - qualquer tipo, desde que não fiquem amassadas dentro da mochila (laranja, quiuí, banana, maça ou outro tipo de frutas cristalizadas).  Sanduíches de queijo, atum (preparados no dia). Deve ser evitado o uso de maionese ou requeijão. O uso de geleias ou doces são uma boa opção.  Frutos secos (nozes, passas, avelãs, amendoins). São ótimas fontes de energia, ricas em gordura insaturada e em proteínas.  Barras de cereais.  Uma bebida energética (além de contribuir para o equilíbrio hídrico pode ser fundamental na reposição de vitaminas).  Água (± 2 litros).
Quando realizamos as "contas" daquilo que levamos, não pode ser esquecido que a nossa refeição tem que conter pelo menos 60% das suas calorias totais sob a forma de hidratos de carbono, sabendo que cada grama de hidratos de carbono fornece quatro calorias. As restantes devem provir das gorduras e proteínas que também compõem estes alimentos. No exemplo acima referido o teor de hidratos de carbono pode variar entre as 1500 e 2300 Kcal (dependendo dos alimentos escolhidos).

4. Água
Em qualquer tipo de atividade, o equilíbrio hídrico dever ser respeitado. Com o esforço a temperatura aumenta e perdemos muitos líquidos através da transpiração, na tentativa de libertação de calor. Como estamos perante refeições tipicamente secas (alimentos com baixo teor de água na sua composição), torna-se fundamental a ingestão de líquidos, nomeadamente água.

5. Quando comer?
Esta é outra pergunta que muitas vezes é colocada aos técnicos responsáveis por atividades de exploração da natureza. Como já referido, os alimentos devem ser práticos e de fácil digestão, pois permite a cada um dos praticantes gerir o seu horário. No entanto, é aconselhável criar um aporte contínuo de hidratos de carbono (de baixo índice glicêmico), retardando o aparecimento da fome.
Desta forma, e tendo por base um bom pequeno almoço, um exemplo prático de a conduta alimentar a seguir durante uma atividade com uma duração de 5 horas (Passeio Pedestre - Nível Médio) pode ser o seguinte:
 Após há primeira hora: uma fruta  Após há segunda hora: uma barra de cereais  Após há terceira hora: um sanduíche  Após há quarta hora: frutos secos (passas, amêndoas, nozes)  Após há quinta hora: uma barra de cereais / um sanduíche
Nas atividades de Aventura, em que passamos o dia todo na natureza, é a condição essencial para o sucesso, o adequado acondicionamento ao nível da
alimentação, pois é a forma de garantirmos a energia necessária para o esforço físico a desempenhar.

Quando preparamos a nossa refeição-volante devemos ter em consideração:
1. As características da atividade 2. A proporção de hidratos de carbono a ingerir deve ser pelo menos 60% do total de calorias que irão ser utilizadas 3. O pequeno-almoço é a primeira parte da nossa refeição-volante 4. Qualquer que seja a intensidade da atividade é importante não ocorrer à desidratação. Para um dia de atividade é necessário pelo menos 1,5 a 2 litros de água 5. A escolha dos hidratos de carbono deve ter em conta o seu índice glicêmico.
Medicina de Montanha e em Viagem

Como sabemos, mas nem sempre damos à atenção devida, a condição física e a saúde são aspectos fundamentais para a pratica esportiva. Em viagem e numa expedição, os cuidados com a saúde devem ser reforçados antes e durante a atividade ou a viagem.

Existem alguns aspectos fundamentais a respeitar:

 Apostar na preparação física adequada ao esforço exigido para a expedição/atividade que se vai desenvolver.  Antes de partir deve verificar a sua condição física e saúde, não esquecendo o estado dos dentes e se viajar para um país com problemas de doenças tropicais, deve ir a uma "consulta do viajante". Partir de boa saúde é a primeira das prioridades. Informar-se das condições de saúde e doenças endêmicas das regiões para onde se vai viajar e fazer a prevenção adequada. Ter especial atenção aos países tropicais e aos subdesenvolvidos.  A higiene e os cuidados com a alimentação são aspectos fundamentais, especialmente quando viajamos para países subdesenvolvidos.  Durante a atividade é fundamental dar prioridade à alimentação e especialmente à hidratação. É essencial não deixarmos enfraquecer o organismo por ingestão deficiente de nutrientes e de líquidos, tanto em quantidade como em qualidade. Um organismo debilitado torna-se propenso à doença.  Tenha sempre presente de que melhor do que qualquer vacina é a atitude de vigilância constante ao que comemos e bebemos.  É conveniente munir-se de uma farmácia pessoal que o deve acompanhar nas atividades e em viagem.

Febre Amarela e Paludismo - Quando se viaja para muitos países tropicais e equatoriais é fundamental a vacina da febre amarela. Deve-se igualmente fazer a profilaxia da malária/paludismo. O tipo de profilaxia varia consoante a região e a duração da estadia, por isso é fundamental ir a "consulta do viajante" antes de partir. Tão importante como tomar esses medicamentos é fazer uma prevenção adequada, que passa em expor-se o mínimo possível à picada dos mosquitos, especialmente ao amanhecer e entardecer. Recomendam-se roupas
claras que cubram a maior parte do corpo e a utilização de repelentes. Geralmente não existem problemas com a malária nas regiões acima dos 3.000 metros, no entanto convém fazer a profilaxia devido à estadia em baixa altitude.

Insolação - A radiação solar é mais intensa nas altitudes elevadas e é reforçada pelo elevado refletimento da neve e glaciares, pelo que é de extrema importância usar óculos muito escuros e um bom protetor solar. Os lábios e o nariz são particularmente afetados, por isso devem ser bem protegidos.
Mal de montanha ou de altitude ou Soroche nos Andes
É um dos principais problemas na ascensão acima dos 4.000 metros. É provocado pela rarefação do oxigênio com a altitude e agravado pelo cansaço e desidratação.
Para atenuar esta dificuldade recomenda-se fazer antecipadamente uma preparação aeróbica e aclimatar-se o melhor possível. Nesse sentido deve-se realizar uma ascensão lenta, progressiva e paciente, comer adequadamente e beber muitos líquidos (4 a 5 litros por dia), evitando a desidratação conseqüente do ar ser muito seco.

Manter sempre a convicção de que mais importante do que conquistar o cume é regressar com saúde a sua casa. O "mal de altitude" pode ter consequências irreversíveis tais como o edema pulmonar e o cerebral. Dores de cabeça intensas, náuseas, fadiga e insônia são sintomas clássicos que afetam a maioria das pessoas durante as ascensões. A utilização da aspirina pode aliviar este martírio, mas não se deve abusar. Se os sintomas atrás descritos persistirem deve interromper a ascensão, descer imediatamente e consultar um médico.

É fundamental planificar e cumprir com rigor a progressão em altitude de forma a evitar sérias indisposições e riscos para a saúde. Embora o processo de adaptação fisiológica à rarefação do ar com a altitude varie de pessoa para pessoa, existem regras básicas a que convém respeitar. A partir dos 2500 metros de altitude, a progressão diária em desnível, não deve ultrapassar os 300 a 350 metros, se isso acontecer deve repousar-se um dia.

Muitos montanhistas recorrem ao Diamox (medicamento) para melhorar o seu processo de aclimatação, mas a sua utilização deve ser precedida de uma consulta médica.
Estojo de primeiros socorros - É fundamental levar um estojo de primeiros socorros que inclua quer os utensílios e medicamentos comuns como alguns particulares da viagem e outros pessoais.
Alimentação - A partir dos 4 000 m de altitude o apetite diminui bastante, sendo, no entanto, recomendável ingerir 4 000 calorias por dia, pelo que se devem organizar as refeições de maneira a deixar as mais apetitosas para as últimas etapas da ascensão. Comida rápida, principalmente carboidrato arroz, pão, frutos secos e doces.

Numa viagem com predominância de esforço físico é vital repor as calorias gastas em cada etapa. Note que não é necessário comer muito, desde que se coma o que é correto. É generalizada a ideia de que a carne é que dá força. As suas refeições devem ser sempre muito ricas em hidratos de carbono (arroz, massas, batata, cereais, feijão, bolachas, etc) para repor as reservas de energia que gastou durante o dia. O seu suprimento é recomposto no jantar, pois a refeição de meio do dia deve ser leve, tipo pic-nic, para que não prossiga a etapa com uma digestão pesada.
É curioso notar como as diversas regiões possuem os seus alimentos de esforço característicos: o arroz e a massa na Ásia, a batata e o feijão na Europa (originários do Brasil), a lentilha no Magrebe, a mandioca no resto de África, a quinoa e o milho nos Andes, etc., não mencionando os diversos tipos de cereal que se nos generalizaram vários continentes, cada um adaptado às condições climáticas locais.

Não coma alimentos crus exceto se conhecer a sua proveniência ou no caso de fruta envolta em casca (lave-a muito bem antes de descascá-la).
A gastronomia é um aspecto cultural muito importante em cada viagem e recomendamos que procure conhecer o mais possível das suas variadas facetas. Os locais privilegiados para ter essa experiência, e seguramente os mais genuínos são onde come o povo nativo. Procure estabelecimentos simples e movimentados, e misture-se com os locais. Nos países de bom clima pode-se comer uma refeição na rua, servida nas bancas. É uma experiência muito interessante, não sem envolver algum risco para a saúde, mas que consideramos imprescindível.

Hidratação - “Na montanha ou no deserto, o ar é mais seco, o que, associado ao esforço físico diário gera uma maior perda de vapor de água pela respiração. Podemos não nota-lo, mas, respiramos mais rápido e profundamente. Por via desse esforço também transpiramos mais”.
Mas não é tudo: a nossa exposição prolongada ao sol e ao vento também contribui para esse efeito.
Por isso recomendamos-lhe que beba regularmente durante o esforço, mesmo que não tenha sede. Três ou quatro goles em cada quarenta minutos são suficientes. Use um cantil ou uma garrafa de água com uma capacidade de 1 litro, é mais prático para colocar a pastilha de purificação da água.

(1 pastilha/litro)

A hidratação no final do esforço é a mais importante, pois durante o dia não conseguirá beber tanto quanto necessário. Prefira água morna ou quente (chá, sopa), pois o organismo absorve-a melhor, e concentre-se em conseguir absorver o mais possível. Tente conseguir duas urinas abundantes entre o final da etapa e o deitar. Uma urina transparente significa que o organismo está bem hidratado. Mantendo sempre uma boa hidratação do organismo possibilita uma recuperação mais rápida da fadiga muscular durante a noite. Caso ache necessário, durma com o cantil à cabeceira e beba cada vez que despertar, em temperaturas negativas durma com o cantil dentro do saco de dormir, assim evita o congelamento da água e também tomar água gelada.

Tem quem decida beber pouco para evitar passar pelo desconforto (e às vezes pelo frio) de ter de levantar-se durante a noite. Isso é muito errado, e você tem de assumir que esse é um custo necessário para manter-se na melhor forma possível.

O pequeno almoço é outra ocasião que deverá aproveitar para beber bastante.
Por precaução, trate toda a água que não for fervida ou engarrafada. Leve pastilha de purificação de água, um filtro apropriado ou um frasco conta-gotas com lixívia ou tintura de iodo para desinfetar toda a água que não foi tratada.

Desconfie do gelo que lhe servem nas bebidas por que pode provir de água da torneira! Nos climas quentes e úmidos em que a sudação pode ser abundante, convém abusar um pouco do sal de cozinha.
Quando for necessário derreter neve para obter água, certifique-se que a neve que recolheu é limpa, e sempre fique atento para não pegar neve que esta perto dos dejetos.
Higiene e proteção da natureza - Freqüentemente, em montanha e especialmente durante o frio, os montanhistas se descuidam da higiene. As necessidades são feitas perto das barracas ou junto a linhas de água. Isso não constitui um problema grave, se for um ato isolado, no entanto quando existem muitas pessoas os cuidados têm de ser reforçados. Fazer uma latrina improvisada longe da zona de acampamento, linhas de água e de passagem e de recolhimento de neve para água. Nas regiões mais sensíveis e com maior utilização, providenciar a retirada desses dejetos.
Evitar poluir os cursos de água com detergentes ou com lixo. Não deixar lixo na natureza.

Técnicas
Em primeiro lugar, sua informação: um excursionista sabe o que faz. Ele conhece as técnicas e equipamentos que farão da sua modalidade de campismo, uma atividade segura e divertida qualquer que seja o ambiente onde acampe - mata ou campo, montanha ou caverna, praia ou neve. Em segundo lugar, ele aprecia a terra, valorizando a vegetação e a fauna ao seu redor, e consciente de toda a beleza e do seu próprio lugar neste ambiente, aumenta sua própria percepção e desenvolve em si o sentido de maravilha. E é esta sensibilidade, a seu devido tempo mesclado à experiência aos poucos adquirida, que vai gradualmente modificando seu estilo de campismo.

E que estilo é este? Cortesia parece ser a melhor palavra para defini-lo. É um estilo cortês. Significa tratar o ambiente com respeito, excursionando sem deixar vestígios, deixando as trilhas e locais de acampamento os mais naturais e limpos possíveis, observando a vida selvagem sem perturbá-la. Significa também respeitar a sensibilidade de seus colegas excursionistas, e mesmo repartir, transmitindo a outros ainda os seus valores.

E como se iniciar neste estilo de excursionismo e começar a apreciar a natureza em seus próprios termos? São três passos:

O primeiro é o processo de aprendizagem - o conhecimento a respeito do terreno e do tipo de excursionismo no qual você está interessado. Montanhismo ou Espeleologia, Canoagem ou Atividades subaquáticas, e mesmo as caminhadas básicas, todos têm sua técnica e familiarizar-se com ela através de textos como este, é um bom começo, mas somente isto e pouco mais do que um começo, uma introdução ao tema, uma iniciação teórica à aventura que você procura.

O segundo é adquirir seu próprio equipamento: leve, forte, compacto, e de confiança um equipamento que em qualquer ambiente seja a sua garantia de conforto e sobrevivência. Equipamento de boa qualidade, com os devidos cuidados dura anos, e é um dos melhores investimentos que você pode fazer. Por isso, quando comprar, compre o melhor equipamento dentro do seu orçamento - o que não quer dizer necessariamente o mais caro, mas sim o mais resistente, o com melhor acabamento e melhor desempenho. A princípio parecerá infindável a lista de itens necessários para excursionar, mas é preciso concentrar-se nos essenciais: é possível começar a excursionar com um mínimo de material, ao qual aos poucos e vai acrescentando os itens mais caros, à medida que deles se começa a sentir a necessidade.

O terceiro passo naturalmente, é sair e excursionar, e é aí que o ambiente de um clube desempenha papel importantíssimo. Pois é através da vivência com estes novos amigos, alguns deles velhos excursionistas, do contato com a vivência prática de cada um, e ouvindo as histórias, anedotas e dicas que formam o próprio folclore de um clube, que você irá absorver idéias (e pô-las em prática), formar sua própria filosofia, e adquirir sua própria experiência para contar aos mais novos. Se você não tem muita experiência, comece aos poucos, em caminhadas curtas ou acampamentos em ambientes já conhecidos. É o melhor meio de se praticar a montar uma barraca, dormir num saco de dormir e familiarizar-se com seu equipamento de modo geral, mas pode ser também que suas primeiras experiências sejam diretamente um acampamento em Itatiaia ou uma semana nos Andes, e aí serão também diferentes as circunstâncias e os equipamentos a conhecer.

Sobre Caminhadas   
Poderia parecer ridículo dar dicas a um iniciante, sobre como caminhar em trilhas ou montanhas - nada mais natural... No entanto, caminhar pelas ruas de uma cidade, com sua superfície plana e sem obstáculos, aonde uma passada rítmica e regular vem muito naturalmente, é muito diferente de caminhar em terreno irregular onde se é obrigado a olhar o chão para ver onde por os pés: a cabeça baixa, enquanto os olhos varrem o terreno à procura de degraus, troncos e raízes, interfere com o equilíbrio natural do corpo, já sobrecarregado com uma mochila às costas. Todo ritmo é perdido, os passos se tornam descontínuos, o jogo de corpo para preservar o equilíbrio se torna uma seqüência de movimentos bruscos acompanhada do resfolegar apressado, sintoma da luta para não ficar sempre para trás.

A principal diferença entre um principiante e um excursionista mais experiente está então justamente na maneira que este último desenvolveu, movendo-se ao longo da trilha: suavemente, sem dispêndio extra de energia, com um passo ajustado ao terreno, nem muito rápido nem lento demais, permitindo saborear a paisagem, escolher os degraus para o pé, e respirar com calma suficiente para conversar.

Os pés são colocados não muito longe um do outro, em passadas curtas e pausadas. É preciso certo ritmo para não disparar à frente dos outros, e em subidas forçadas, reduzir a passada a um ploc-ploc deliberadamente lento ajuda a se poupar às forças, evitando estourar no meio da caminhada. A cabeça é mantida ereta (o que não impede de estudar a trilha à frente e escolher os melhores degraus), com as costas também retas (e não curvadas - daí a indicação de mochilas com barrigueira, mais técnicas), ou seja, uma postura inteiramente descansada e vertical.

Ao subir um degrau, são as pernas que fazem a força - não é o corpo que é jogado bruscamente para a frente, na esperança de que o impulso o acabe ajudando também a subir... A prática, porém, é coisa que vem com o tempo.

Outra consideração diz respeito aos descansos durante uma caminhada. Pausas muito longas são obviamente prejudiciais: quebram a disposição e esfriam os músculos. Certos excursionistas, contudo, erram pelo outro lado, parando muito pouco tempo para descansar, sob a alegação de que "o corpo esfria". Ora, uma pausa de não menos de 10 minutos a cada 40 ou 50 minutos de marcha é bastante razoável, mas vai depender é claro da forma física dos participantes e do tipo de terreno. Se este é muito íngreme, vale a pena mesmo dar pausas menores a intervalos também mais curtos, por exemplo, 5 minutos de descanso a cada 15 de caminhada. E estes 15 minutos podem também ser quebrados por pequenas paradas de meio minuto, apenas para recuperar o fôlego. Nestas, não é preciso sentar para aliviar a pressão das tiras nos ombros: basta colocar um pé acima do outro e inclinar para frente o corpo, jogando seu peso sobre o joelho.

É preciso cuidado também para evitar fragmentar um grupo ao longo da trilha - daí os terríveis problemas em grandes equipes, insuficientemente atendidas por 1 ou 2 guias apenas - para evitar que alguém se perca, especialmente iniciantes ou os que não conhecem a trilha. É preferível escalar as paradas e descansos em mirantes e locais que ofereçam paisagem e chance para fotografia, ou uma pausa para beber água, e já forneçam oportunidade de reagrupar-se o grupo (e eventualmente contarem-se as cabeças...). Os tempos dados são, portanto mera sugestão: eles devem ser flexíveis para permitir o melhor aproveitamento dos pontos naturais ao longo da trilha e aumentar o prazer em curti-la.

Cuidado com os Pés

Antes da Caminhada      Não use meias muito volumosas ou com costuras. Prefira as meias sintéticas.      Nunca use suas botas pela primeira vez numa caminhada. Vá se acostumando a elas no dia-a-dia. Algumas botas precisam de semanas de uso para ficar confortáveis.      Prenda os pés firmes dentro do calçado, evitando que eles se mexam demais, mas não muito apertados.      Mantenha os pés limpos e secos
Durante a Caminhada      O suor causa bolhas e desenvolve fungos e bactérias. Para evitá-lo, troque de meias ao longo do dia à medida que ficam molhadas. Não economize meias extras: você precisará de várias ao longo da caminhada.      Aplique talco para pés duas vezes ao dia; sempre com os pés secos.      Se os pés estiverem doloridos, aproveite as paradas para diminuir a tensão: molhe-os de cinco a dez minutos num rio de água fria.      Deite-se no chão com os pés levantados sobre uma pedra ou uma mochila.

Depois da Caminhada   
 Pés molhados e atritos podem causar as insuportáveis bolhas. Para se livrar delas, limpe bem a área com sabão e água. Se a bolha estiver muito inchada, faça um pequeno furo com uma agulha desinfetada para deixar o fluido interno escorrer. Nunca retire a pele. Aplique anti-séptico e cubra a bolha com um curativo.      A pressão e o atrito numa área pequena podem formar calos. Para diminuir a aspereza, lime o calo com uma faca ou uma lixa de unha.


Hipotermia e Pneumonia 

São doenças graves relativamente comuns em alta montanha; evitar fortes variações de temperatura e proteger-se da radiação solar extremamente forte em altitude.
Sempre que fizer uma parada, vestir roupa quente para evitar um resfriamento brusco e no fim das etapas ou durante paradas mais prolongadas substituir a roupa interior que absorveu a transpiração.
Em caso de doença, o paciente deve ser mantido quente, beber líquidos quentes, descer em altitude e tomar antibióticos apropriados.

Riscos da Hipotermia   

A hipotermia é uma das principais causas de morte entre os excursionistas e por inexperiência, acaba-se confundindo a hipotermia com cansaço ou exaustão. Este colapso do corpo é ocasionado pelo frio, chuva, roupas molhadas ou pelo vento que roubam calor do corpo rapidamente não dando tempo para que o organismo produza o calor necessário para manter-lo na sua temperatura normal, então o corpo passa a diminuir a circulação do sangue para os membros e preocupando-se com as áreas vitais.

Fases da Hipotermia     

Os primeiros sintomas são cansaços, tremores, irritação, calafrios. Embora os tremores produzam calor eles também gastam uma grande quantidade de energia.      Em seguida a pessoa passa a ter um intenso tremor e a coordenação motora começa a apresentar falha, inicia-se também a dificuldade em realizar ações simples como realizar um nó ou sacar um mosquetão. Os tropeções e a desorientação são comuns e nesse estado, podendo-se acidentar facilmente.

Passada essa fase os calafrios param e a pessoa fica exausta, não aguenta mais andar, os músculos não respondem. Se ela não mais levantar, devido ao sono e a exaustão, a próxima fase, infelizmente será o coma seguido de morte.

Como Agir em Caso de Hipotermia   

Se você se deparar com uma pessoa em estado de hipotermia não se desespere, pare o grupo, monte um abrigo, retire as roupas molhadas e coloque-a num saco de dormir, não a deixe em contato com o solo porque este também rouba bastante calor, se for possível faça uma fogueira. Sacos de lixo, tetos de barraca, isolante térmico e cobertores de emergência tudo isso ajuda na hora de isolar a pessoa do vento ou do frio.   

Em último caso alguém pode retirar a própria roupa e entrar junto com a vítima no saco de
dormir, este procedimento já salvou muita gente, não pense duas vezes em usar esse recurso se a pessoa estiver muito mal, afinal é uma vida que está em jogo. Não desista da pessoa!   

Bebidas quentes e açucaradas ajudam bastante, pois passam o calor para a parte interna do corpo, veja também como estão os outros integrantes do grupo, pois, pode ser que tenha mais alguém com princípio em hipotermia.   

NUNCA dê bebidas alcoólicas para a vítima, as bebidas alcoólicas fazem com que a pele irradie calor para dissipar toda energia ganha com o álcool, essa sensação de calor não dura muito tempo e depois que ela passa a pessoa acaba com mais frio do que antes. Isto ocorre porque o organismo dissipa grande parte do seu calor e energia para eliminar o álcool. Além disso, uma pessoa alcoolizada na montanha pode sofrer acidentes graves.   

Esteja sempre atento, quanto mais é uma boa combinação contra o vento e a chuva numa emergência, a capa de chuva ou um saco de lixo cortam o vento e a blusa de lã mesmo molhada mantém o calor. Leve sempre roupas adequadas e informe-se sobre as características do clima da região que pretende ir.   
Para qualquer excursão ou escalada leve sempre o equipamento de proteção contra o frio.

A Altitude e o Problema da Aclimatação

O fenômeno da altitude é algo que irá sentir durante a ascensão a montanhas elevadas, normalmente acima dos 3000m.
Ele é um pouco incompreendido e nada tem de pernicioso, sendo outro fator climático tais como o calor, a umidade, o vento, a exposição solar que, requerem um período de adaptação.
O nosso organismo está habituado a captar o oxigênio do ar a uma pressão atmosférica perto do nível do mar. Subindo em altitude essa pressão vai decrescendo e os nossos alvéolos pulmonares terão de fazer maior esforço para captar a quantidade habitual de oxigênio. É por este motivo que, nos primeiros dias em altitude, nos sentiremos ofegantes se quisermos caminhar com uma passada rápida.
De igual modo, uma subida muito rápida também não consegue ser bem assimilada pelo organismo.
Se planejarmos a ascensão de forma adequada, o organismo irá reagir com moderação criando uma maior quantidade de glóbulos vermelhos no sangue. Com o passar dos dias você sentirá que o esforço já não lhe custará tanto como no primeiro dia.
Esta alteração da composição do sangue não tem quaisquer efeitos negativos e durará enquanto você permanecer em altitude. De regresso as casas sentirão claramente que temos maior capacidade para produzir esforço.

Um aspecto importante a ter em conta durante a ascensão é não nos esforçarmos demasiado para não provocarmos um desequilíbrio. Caminhe a um ritmo confortável. Se tiver que parar para recuperar o fôlego isso significa que a sua passada é apressada. Procure a passada ideal que lhe permita caminhar durante tanto tempo quanto queira a subir sem necessidade de descansar.

A vida em altitude implica vigiarmos atentamente a nossa saúde e cumprirmos alguns requisitos essenciais:

 Procure dormir bastante para se restabelecer: é possível dormir 9 a 10 horas por noite.
Tenha o cuidado de dormir sempre bem quente; se tiver frio vista mais roupa e encha o saco de dormir com toda a roupa que tiver, inclusive a dos seus companheiros. Se tiver frio nos pés durante a noite, despeje a mochila e enfie o extremo do saco-cama dentro dela.
 Não apanhe frio, e sobre tudo não tome banho em ambiente frio (por ex. à noite), pois este prejudica seriamente a adaptação à altitude além de que poderá constipar-se. Note que uma constipação irá atacar-lhe os brônquios, e reduzir-lhe a captação de oxigênio.

A doença de altitude: Manifesta-se numa primeira fase com dores de cabeça e respiração ofegante. Não é preocupante, sendo até normal. Nos primeiros dias você irá sentir-se ofegante ao mínimo esforço, depois notará que esse efeito se reduz com a progressão da aclimatação. Se os sintomas se agravarem não deverá continuar a subir. Se, passados um ou dois dias à mesma altitude, o seu estado se mantiver ou piorar, deverá perder altitude rapidamente.

Numa fase mais avançada, a doença da altitude manifesta-se através de um início de edema:
 Cerebral - náusea, vômitos, perda de apetite, ou;  Pulmonar - respiração muito ofegante com rápidas batidas cardíacas, mesmo em repouso, e tosse violenta.
Em ambos os casos a pessoa atingida deverá descer o mais rapidamente possível e consultar um médico.

Não tome qualquer medicação enquanto estiver em altitude, especialmente antibióticos e comprimidos para dormir. Os primeiros enfraquecem bastante, os últimos poderão ser fatais. Os efeitos tanto dos medicamentos como do álcool são largamente ampliados pela altitude e podem ter efeitos imprevisíveis e nefastos.

MONTANHISMO PARA PRINCIPIANTES
Porque escalar montanhas? "Porque elas estão lá", já é uma resposta satisfatória, pois é ao mesmo tempo simples, profunda e óbvia. Essa foi à réplica dada por George L. Mallory (alpinista britânico desaparecido no Everest acima dos 8.500m em 1.924) a um jornalista britânico que lhe fez a mesma inoportuna pergunta deste início de parágrafo. Porém prefere-se aqui respondê-la com outros questionamentos como, por exemplo: Por que correr atrás de uma bola? Por que dar voltas e voltas em um automóvel num circuito fechado? Por que vestir um par de luvas e esmurrar alguém que não é seu inimigo?
Andar, correr, saltar, nadar e escalar, são atividades (necessidades) naturais e inerentes à condição animal do ser humano, quanto às outras acima questionadas não podemos dizer o mesmo. Sob esse aspecto escalar é somente assumir a tridimensionalidade do mundo.

Escalada Alpina
 Paredes inóspitas de difícil acesso, terreno complexo e clima severo são as principais características de uma escalada alpina. Exige dos escaladores domínio das técnicas de escalada em rocha e gelo, além de travessia de glaciares, meteorologia e logística.

Nesse tipo de escalada a velocidade pode ser diretamente proporcional à segurança, pois quanto mais rápido, menos chance de problemas com mau tempo ou avalanche.

As torres graníticas da Patagônia estão entre as paredes alpinas mais cobiçadas do mundo. Com um clima terrivelmente agressivo, glaciares perigosos e acarreos (pedreiras) intermináveis, escalar na Patagônia é extremamente exigente. Além dos inquestionáveis atrativos alpinísticos, a região esta relativamente próxima, o que permitiu o desenvolvimento de nossos poucos escaladores alpinos.

A parede sul do Aconcágua é uma escalada alpina respeitada e cobiçada mundialmente, com o agravante da altitude (ver alta montanha).

 Alta Montanha
 Quando uma escalada é dificultada pelos efeitos da diminuição da pressão atmosférica, chamamos de alta montanha. Normalmente acima de 4000m de altitude, o organismo humano começa a perceber os efeitos da baixa pressão, que podem ir muito além de uma falta de fôlego. Dores de cabeça insuportáveis, enjoos, insônia e falta de apetite são sintomas normais, mas a situação pode se complicar muito levando até a edemas, que podem causar a morte.  No entanto um montanhista bem informado sabe monitorar seu organismo, administrar o próprio ritmo e recuar se necessário for.

Desta forma aumentam suas chances de atingir o objetivo com segurança.  Devido à altitude; muito gelo, ventos e temperaturas extremas completam o quadro de alta montanha, tornando obrigatórios roupas e equipamentos especializados.  O Brasil não tem montanhas acima de 3000m, mas a cordilheira dos Andes coalhada de gigantes acima dos 6000m, oferece excelentes opções inclusive para trekking de altitude. Peru e Bolívia no inverno ou Chile e Argentina
no verão são as regiões mais visitadas por brasileiros, mas Colômbia e Equador também são uma boa pedida, com vulcões chocantes.

Abrigando 14 monstros acima dos 8000m, além de uma infinidade de 7000m, muitos ainda sem nome esperando por um conquistador, a cordilheira do Himalaia é o centro das atenções do montanhismo moderno. Já os Alpes europeus são as montanhas mais visitadas do mundo, e foram elas que sediaram as primeiras conquistas do homem, numa história romântica protagonizada por verdadeiros heróis obstinados por pisar naqueles cumes nevados.... Esta é uma longa e emocionante história.

Picos com mais de 8000 metros

Os mais altos picos do mundo
Pico, Localização, Pés, Metros
1. Mount Everest Nepal 29,035 ft.  8,850 m.
2. K2 Pakistan/China 28,250 ft.  8,611 m.
3. Kangchenjunga Nepal/India 28,169 ft.  8,586 m.
4. Lhotse Nepal 27,940 ft.  8,516 m.
5. Makalu Nepal 27,765 ft.  8,462 m.
6. Cho Oyu Nepal 26,906 ft.  8,201 m.
7. Dhaulagiri Nepal 26,794 ft.  8,167 m.
8. Manaslu Nepal 26,758 ft.  8,156 m.
9. Nanga Parbat Pakistan 26,658 ft. 8,125 m.
10. Annapurna Nepal 26,545 ft.  8,091 m.
11. Gasherbrum I Pakistan/China 26,470 ft.  8,068 m.
12. Broad Peak Pakistan/China 26,400 ft. 8,047 m.  
13. Gasherbrum II Pakistan/China 26,360 ft. 8,035 m.
14. Shisha Pangma Nepal/Tibet 26,289 ft.  8,013 m.


Os Sete Picos

Os Mais Altos Picos dos Sete Continentes
Pico, Continente, Pés, Metros

                               1. Mount Everest Asia 29,035 ft.  8,850 m. 
                               2. Aconcágua América do Sul 22,841 ft. 6,962 m. 
                               3. Mount McKinley America do Norte 20,320 ft. 6,194m. 
                               4. Mount Kilimanjaro Africa 19,563 ft. 5,963 m. 
                               5. Mount Elbrus Europe 18,481 ft. 5,633 m. 
                               6. Puncak Jaya Australia/Oceania 16,502 ft. 5,030 m. 
                               7. Vinson Massif Antarctica 16,066 ft. 4,897 m. 


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