Graduações de montanhas e gelo

F - facile (fácil)
PD - peu dificile (pouco difícil)
AD - assez dificile (algo difícil) até 50 graus
D - dificile (difícil) 50 graus
MD - très dificile (muito difícil) 60 a 70 graus
ED - extrêmement dificile 1 (extremamente difícil) 80 graus
ED Sup - extrêmement dificile 2 (extremamente difícil sup) 90 graus

Recentemente, adicionou-se o termo ABO, para ABOminavelmente difícil,90 graus ou mais.

AI - alpine ice (gelo alpino)

O gelo alpino pode ter inúmeras características: gelo duro resultante da compactação de neve, gelo fino (verglas) sobre rocha, entre outros.

WI - water ice (gelo de água).

O Water Ice é gelo resultante de água e é normalmente utilizado para caracterizar trechos de uma via de montanha.

M - mixed, que é utilizado para escaladas mistas. Esta graduação é mais utilizada atualmente para definir escaladas em cascatas congeladas, onde às vezes há mais rocha do que gelo.

PARNASO - Travessia Petrópolis a Teresópolis R.J.

Cada vez que vou lá parece que é a primeira, sempre vejo coisas que não tinha visto antes, desta vez, vi uma linda paisagem como se fora tirada de um filme, no penúltimo dia quando estávamos contornando a Pedra do Sino, vindo do Vale das Antas, nos deparamos com uma cadeia de montanhas lindíssimas a nossa frente. É a parte serrana do Rio é maravilhosa.

O único absurdo é que se paga R$ 12.00 para entrar e mais R$ 12.00 por pernoite no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o problema não é pagar, mas é ver que este dinheiro não é revertido para o Parque, que se encontra num estado não muito bom.

Os guardas-parque estão sempre carregando lixo dos cretinos que não tem noção da merda que estam fazendo. O que pessoas como estas, que largam sacos de lixo, garrafas plásticas e milhões de dejetos tem na cabeça? Como defecar na beira do rio, onde ele mesmo toma a água, devem ser um tipo de Hiena que comem merda, cruzam uma vez por ano e andam rindo por ai.

Mas vale muito conhecer.

Para quem quer saber mais entre no site do parque: www.ibama.gov.br/parnaso


Pedra Grande - Atibaia e Pedra da Represa Salesópolis

Pedra Grande Atibaia


A 1 hora de São Paulo Atibaia é uma boa pedida para o final de semana. O clima de montanha na Pedra Grande de Atibaia é estimulante, situada a 1450 m sobre o nível do mar, é um ótimo lugar para se escalar e com uma linda vista.
A rocha uma das mais abrasivas de São Paulo acaba com a sapata, e os dedos então nem se fala.
Existe cerca de 15 vias de escalada para todos os gostos, de quinto grau a décimo grau, vias em móvel e protegidas com Ps e paradas dublas.
Tem as vias da parte alta que fica ao redor da pedra da ‘orelhinhas’ e as vias da parte baixa que fica a o lado direito do visual que se tem do alto da pedra grande.
E no final do dia ainda se pode tomar um caldo de cana do “tio” que fica ali na pedra.





Via número 1 V sup


Salesópolis fica a 1hora e 20 minutos de SP, a rocha fica dentro de uma fazenda muito legal, o dono tem um tonel onde é fabricada uma cachaça boa, rssss, e faz uma garapa da boa também. Da rocha se tem uma vista bem legal de grande parte da represa.
É um ótimo lugar e bem agradável, para campo escola é perfeito, não tem muitas vias (13), mas vale a pena conhecer, da para passar o dia todo escalando.
Rocha bem abrasiva também, tem via de 2 cordadas, e sol o dia todo na cabeça, protetor solar é bem vindo.
Se paga R$ 3.00 para entrar, mas vale a pena, pode parar o carro dentro da fazenda, tem banheiro pertinho das vias para o pessoal que vai escalar e o dono é muito gente boa.

Pedra da Represa

Via Polenta Frita V Sup

Muela Del Diablo

Esta situada no Bairro Pedregal na comunidade de Chiaraque, zona sul de La Paz.

Esta foi a primeira montanha alta que subi, com seus 4000 metros sobre o nível do mar.
Um lindo lugar com uma vista impressionante, principalmente quando o sol esta se pondo e a cidade começa a acender suas luzes.

Tem uma via de escalada grampeada, deve ser um 3º e bem curtinha, numa agulha já lá pra cima e uma via ainda não terminada negativa e muito exposta que me parece ser um 7 A ou B atrás da agulha secundária.


Também tem uma pequena caverna que se pode passar meio que espremido de um lado para outro desta agulha secundária, na saída uma linda vista do vazio.

Se alguém for passar por lá, leve doces e balas para as crianças desta comunidade, que sempre quando vou querem nos guiar montanha acima.


Tente não sair da estrada principal para não passar por dentro de terrenos, pois seus proprietários não gostam muito por que se pode pisar nas plantações de Tunta, (um tipo de batata dos Andes)

IMPORTANTE - Se querem ajudar a manter esta montanha limpa, levem sacos grandes de lixo e mochila cargueira vazia, pois os bolivianos que frequentam a montanha deixam todo o lixo para trás, que nos ultimos anos vem almentando.

Muela del Diablo 07/01

Travessia Chacaltaya 5.300 - Charquini 5.500 - Huayna Potosi

Em dezembro de 2001, após um mês de pequenas caminhadas e ascensões, mas montanhas ao redor de La Paz, sai com minha mochila rumo a El Alto uma cidade a 4.100m.. Sai com destino a Chacaltaya, uma antiga estão de esqui que se encontra a 5.300 metros sobre o nível do mar e a mais alta do mundo. Parti da estação rumo a o cume, com o tempo firme segui em frente, chegando no primeiro cume, fiz uma parada, pois estava muito pesado e aproveitei para fazer algumas fotos, percebi que o tempo mudava e com espantosa velocidade, pensei volto ou sigo, mas como tinha acabado de sair da estação não poderia voltar dali, então resolvi continuar. Chegando mais ou menos no meio da minha travessia, o tempo estava mais coberto ainda, mas minha preocupação já não era tanto, pensei que logo abrisse outra vez e o céu voltasse a ficar azul. Enquanto fazia minhas fotos e imagens o céu despencou em forma de pequenas bolas de gelo, como de gude, mas tão forte que machucava as partes do corpo expostas, e a quantidade era tão grande que antes de eu montar a barraca tudo ao meu redor estava branco. Armar acampamento a 5.450 metros, embaixo de uma tempestade de granizo, sozinho, a poucos metros do cume de uma montanha com ventos muito fortes, e temperaturas de – 15ºC, não foi uma experiência muito legal e um pouco preocupante. Para agilizar a montagem da barraca tirei minhas luvas e em questão de 1 minuto perdi as sensibilidades dos dedos, tina medo que a barraca voasse montanha a baixo e eu ficasse no meio da tempestade sem abrigo, mas por fim tudo deu certo. Perdi como 40 minutos para conseguir me aquecer dentro do saco de dormir, a tempestade durou como 2 horas, mas foi o suficiente para me prender na barraca até a manhã seguinte, por que logo escureceu. O restante da travessia foi muito tranqüila, sem maiores problemas cheguei a base da ultima montanha, onde tive que passar uma noite pelo mal tempo, com o acumulo de neve do campo alto para cima, foi muito complicada a caminha, a neve esconde todas as pequenas gretas, e isso não é legal para um montanhista sozinho, sem estar encordado com outro. Esta época do ano é ótima para quem não quer encontrar nenhuma alma viva nas montanhas e nos seus arredores, mas para a escalada em si, não seria a época e sim de junho a princípio de setembro. O restante da ascensão foi dura, mas tranquila, e a volta deu para voltar escorregando sentado em muitas partes .   Acampamento a 5.450 m, noite sem fim

Guaraiuva - para todos os gostos

Uma bonita formação com 120m de altura, situado em Joanopolis - SP, com vias para todos os gostos, esportivas moderadas e muito fortes, classicas e artificiais de A0 e A1.

Rocha bem abrasiva com vias que chegam ao cume de onde se pode voltar por trilha ou por rapel.

O unico problema, se cobram R$ 10.00 por carro para entrar ou para sair, depende da hora que se chega, tendo uma pessoa dentro ou 10.

Primeira cordada da via 4 estações

Santa Cruz de la Sierra






Bermejo em Samaipata














Curso de técnicas verticais, ponte de Urubó - Santa Cruz de La Sierra - Bolívia

Aclimate-se ou sofra as consequências

Como todos já sabem, é o que faz a diferença, testei, comprovei, e quase não voltei e junto tinha um amigo.

Junho de 2003 saímos de São Paulo direto a La Paz, Huayna Potosi foi a montanha escolhida.
Chegamos em La Paz à tarde, no mesmo dia fizemos os preparativos e no dia seguinte as 16 hs ja estávamos a 5.200m no campo roca.

Para explicar melhor, saímos de Santa Cruz que esta a 400 metros do nível do mar e fomos para La Paz a 3.600m, no dia seguinte estávamos a 5.200 metros no Campo Roca.
Adivinha o que aconteceu? 

Muito mal estar, tontura, enjôo, falta de ar, tosse, dor de cabeça, ou melhor, prestes a ter um edema.

À 1 hora da manhã hora prevista para sair, César não pode sair da barraca para escalar e eu não sabia, se ia ou não ia, entre uma vontade de vomitar e outra resolvi ir, escalei como uma tartaruga atordoada, cheguei até 5.700m depois de algumas poucas horas.

Eu e meu parceiro de cordada Juan, um chileno que estava vivendo em La Paz a 3 meses.
Falei para ele que era melhor eu voltar, tinha força (ou achava que tinha) para chegar ao cume, mas não teria forças para voltar de lá, ficamos um pouco parado na primeira Pala, (primeira passagem técnica) sentado num pequeno plato de gelo de costas para uma grande greta de uma coloração de azul incrível, falei se ele quisesse seguir sem mim para seguir que eu voltaria dali.


E assim foi, eram às 5:00 am, fiquei no meio da primeira Pala, uma parede de mais ou menos 50º de inclinação, pensando se descia ou esperava começar a clarear.
Resolvi começar a descer, mas eu estava muito atordoado, tinha muito sono e por esse tempo que fiquei parado ali, minhas forças se esvaíram e não tinha quase mais forças para nada.
Quando ia começar a descer meu head lamp apagou, tinha que trocar de pilhas, tirei minhas luvas, mas até pegar as pilha e abrir o compartimento para colocar-las já não sentia meus dedos e não sentia os pólos da pilha na escuridão daquela noite sem luar.


Não conseguia colocar-las certo pois não via praticamente nada. Depois de minutos tentando e meu raciocínio muito lento, lembrei de pegar a máquina fotográfica, antes de bater a foto, à câmera acende uma luz que é para focar, usei esta luz para acertar a posição das pilhas, assim pude começar a descer.

Resumindo, no meio da descida que tinha de desnível 500 metros verticais até o campo alto, dormi e acordei diversas vezes, parava, me jogava no chão e dormia por algum tempo, nas decidas de paredes mais íngremes enfiava os piolets com o resto da força que me sobrava e dormia e sempre dispertava com uma voz dizendo: Tem que descer, levanta, tem que descer....

Então amanheceu, e comecei a ver o acampamento, estava a uns 300 metros de distancia de mim, mais pareciam 3 km, já não podia quase andar, dava 5 passos de meio pé de distância e sentava, torcendo para alguém do acampamento sair da barraca e me ver, assim poderia me ajudar.

Onde se podia escorregar eu tentava escorregar de bunda, às vezes pegava um pouco de velocidade, então freava com um dos piolets, e ficava com o braço esticado e todo corpo sem ter força para me puxar e retirar a piqueta.

E assim cheguei no acampamento, larguei todo equipo na porta da barraca, acho que não tirei nem as botas, isso já era mais ou menos 7:30 am. lembro do meu amigo perguntado: "Chegou"? e eu mal respondi que não.

Sempre escutava sobre o Soroche, o mal da montanha, mas nunca tinha sentido alem de uma leve dor de cabeça e queria ter e sentir uma experiência desta, para ver realmente como era. Assim entenderia melhor e poderia montar um bom plano de aclimatação, queria ver por mim mesmo, já tinha lido e escutado de como seria e sabia que talvez tivesse problemas, mas sentir na pele é outra coisa.

Lá percebi que quando se morre na montanha por cansaço, não deve ser ruim, deve ser sem dor, é um estado que em 10 segundo você esta dormindo e sonhando, e de repente você acorda e escuta, tem que descer, tem que descer e ao mesmo tempo uma outra voz fala, descansa mais um pouco e quando vai ver, esta acordando outra vez, é muito insano.

Como experiência valeu, mas nunca mais quero passar por isso.

Em uma das muitas paradas para descansar, logo após o amanhecer, chegando no acampamento alto.

Expedição Huayna Potosi 2006

Já estava em La Paz há um mês, fui para Santa Cruz de la Sierra, onde fiquei uma semana na casa de meus sogros com minha esposa, foi ótimo para descansar um pouco do frio e da comida de montanha.
Sai em direção a fronteira Bolívia com Brasil, onde fiquei um dia que foi o dia de meu aniversário, a espera do pessoal.
Pegamos o trem chegamos em Santa Cruz e seguimos para La Paz, outra vez.


Como disse a primeira foi muito legal, mas esta foi ainda melhor que a primeira expedição.

Fizemos uma aclimatação bem legal, o grupo estava muito forte, eles puderam até voltar caminhando do segundo cume do Chacaltaya até a cancela onde começa a estrada que vai para Zongo.
Um grupo muito entrosado, com um super astral e muitas risadas.
Senti-me muito mais confiante este ano, e creio que cometi menos erros de no ano anterior.
Espero que deste grupo venha a sair mais um amante do gelo.

Renato Reia que no ano passado chegou comigo ao cume do Huayna e este ano esteve comigo no Condoriri me deu uma grande ajuda com o pessoal, na montagem de acampamento, preparação de comida, porteamento de equipamentos.


Da esquerda para direita Geraldo Ozório Filho “Gera”, Renato Reia, Mauro Cisotto Bento e Carlos Ximenes

Expedição Huayna Potosi 2005

Depois de alguns anos indo sozinho para as montanhas, decidi levar um grupo para conhecer este outro mundo.

A montanha escolhida foi o Huayna Potosi com 6.088 m de altitude, que fica na Cordilheira Real – Bolívia.

Esta é uma das montanhas acima de 6.000 que se pode atingir o cume mais facilmente, mas mesmo assim não quer dizer que é um passeio, andar nas ruas de La Paz a 3.600m é uma coisa, andar a cima de 5.500m é outra coisa, se necessita um ótimo preparo físico, aeróbico e também psicológico.

As condições são extremas, principalmente quando é a primeira vez que se vai para uma alta montanha e tudo é novidade, o frio, o ar rarefeito, as dificuldades em tudo que se vai fazer, até mesmo para amarrar as botas.

Foi uma ótima experiência para eles e para mim também, a vivencia em grupo, olhar por todos, decidir pelo grupo. Foi tudo muito diferente de estar só e tudo ser ao meu ritmo.
Eu curti muito e pretendo continuar apresentando este mundo tão maior do que imaginamos.



Renato Reia, Mario Sérgio Carvalho, Marcos Aurélio Carvalho, André Maeda, Marcelo Bulhões, Cássia Borges Bulhões, Julia Ganzelevitch.

Fotos

Complejo Deportivo - Amor de Dios - La Paz Zona Sur
Campo escola com vias graduadas em francês de 4 b a 6 c, acesso ao cume por trás da rocha.









Em top na Zona Sur, Amor de Dios, 6b francês, 2006.












Amor de Dios outra vez, 2007, 4 grau Francês, talvez, rsss, e Mauricio Morales no final da outra via 6A Francês.









Dando curso básico de escalada em rocha, Pedra Bela, 2004.





















Trekking na Cordilheira Real, 2003.























Amanhecer a 6000m.












Colocando corrimão no cavalinho, Serra dos Órgãos - RJ, 2003.



















Subida para o Tarija 5.200m, 2006.
























Pequeño Alpamayo 5.370m. 2006










Guiando grupo e muito peso na Travessia Petrópolis Teresópolis, 2006.






7 dias. A travessia do deserto no extremo sul da Bolívia

Foram sete dias de muito pó, frio e muita belaza. Sai de Oruro com destino a Uyuni, uma das cidades mais fria que estive, se parece muito com uma daquelas cidadezinhas do velho oeste norte-americano.

Fiquei num hotel bem barato no centro da pequena cidade, chamado Sajama, e foi lá que eu vi a
maior quantidade de cobertores em uma
cama, a minha tinha 7 daqueles bem pesados de feutro, quando entrava embaixo me sentia sufocado, mal podia me mexer.
Aproveitei para conhecer o maior deserto de sal do mundo, realmente é gigantesco, em certa parte eu olhava ao meu redor e tudo que via era o azul intenso do céu tocando o branco do salar, um lugar que vale a pena conhecer e cruza-lo.

De lá segui para um minúsculo povoado que se chama Quetena Chico, bem no meio do deserto de Siloli, centenas de quilômetros de vastidão para todos os lados que você olhar, sem árvores sem outras cidades, completamente isolados do mundo.
O povoado fica a 4.200 m de altitude, o frio é absurdo no inverno, as crianças brincam de “abarca” um tipo de papete deita de tiras de couro ou borracha.
Suas peles são queimadas do frio e rachadas é muito triste ver aquilo mas, é a realidade deste povo Aymara.
Eu acolhi este povoado, principalmente as crianças de Quetena para tentar ajuda-los com o que posso, desde então venho juntados roupas e brinquedos para doar para eles.

Saindo de Quetena Chico, segui mais ao sul, chegando na fronteira da Bolívia com Chile e Argentina, um maravilhoso lugar perdido no tempo, lindas lagunas de todas as cores, vulcões, gêiseres, cidades de pedras, que se parecem com pinturas de Dali, um dos lugares mais lindo que estive até hoje.

De lá dei meia volta e pelo mesmo caminho voltei, passando em Quetena para ver as crianças até chegar em La Paz, onde passei um tempo ainda escalando pela Cordilheira Real.


Deserto boliviano 2002

Fauna e Flora Andina

Aguila Andina






Llamas


Vicuña




Viscacha













Lagarto







Burrico





Rato do Condoriri















Guanaco





Alpaca