7 dias. A travessia do deserto no extremo sul da Bolívia

Foram sete dias de muito pó, frio e muita belaza. Sai de Oruro com destino a Uyuni, uma das cidades mais fria que estive, se parece muito com uma daquelas cidadezinhas do velho oeste norte-americano.

Fiquei num hotel bem barato no centro da pequena cidade, chamado Sajama, e foi lá que eu vi a
maior quantidade de cobertores em uma
cama, a minha tinha 7 daqueles bem pesados de feutro, quando entrava embaixo me sentia sufocado, mal podia me mexer.
Aproveitei para conhecer o maior deserto de sal do mundo, realmente é gigantesco, em certa parte eu olhava ao meu redor e tudo que via era o azul intenso do céu tocando o branco do salar, um lugar que vale a pena conhecer e cruza-lo.

De lá segui para um minúsculo povoado que se chama Quetena Chico, bem no meio do deserto de Siloli, centenas de quilômetros de vastidão para todos os lados que você olhar, sem árvores sem outras cidades, completamente isolados do mundo.
O povoado fica a 4.200 m de altitude, o frio é absurdo no inverno, as crianças brincam de “abarca” um tipo de papete deita de tiras de couro ou borracha.
Suas peles são queimadas do frio e rachadas é muito triste ver aquilo mas, é a realidade deste povo Aymara.
Eu acolhi este povoado, principalmente as crianças de Quetena para tentar ajuda-los com o que posso, desde então venho juntados roupas e brinquedos para doar para eles.

Saindo de Quetena Chico, segui mais ao sul, chegando na fronteira da Bolívia com Chile e Argentina, um maravilhoso lugar perdido no tempo, lindas lagunas de todas as cores, vulcões, gêiseres, cidades de pedras, que se parecem com pinturas de Dali, um dos lugares mais lindo que estive até hoje.

De lá dei meia volta e pelo mesmo caminho voltei, passando em Quetena para ver as crianças até chegar em La Paz, onde passei um tempo ainda escalando pela Cordilheira Real.


Deserto boliviano 2002

Nenhum comentário: